quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

NOSSAS FORÇAS ARMADAS

"QUEREMOS SER APLAUDIDOS!"  General Enzo Martins Peri, Comandante do Exército, referindo-se ao que o Exército, a Marinha e a Força Aérea, esperam dos brasileiros.

Numa entrevista à Revista VEJA, o general externou o sentimentos dos homens e mulheres do Exército Brasileiro em relação ao país.

DESTAQUEI ALGUNS TRECHOS DA ENTREVISTA:

O general comandante do Exército diz que seus soldados nos morros cariocas estão bem treinados para a missão e conta que as ações são filmadas para evitar erros.
Com um iPad, o general Enzo Martins Peri, 69 anos, organiza sua agenda e explora os recursos de GPS do aparelho na caminhada dentro e fora do Quartel-General do Exército, em Brasília. Ele assumiu o cargo máximo na corporação há quatro anos, quando encerrou sua missão de chefe do Departamento de Engenharia e Construção, que apoiou a tropa brasileira a serviço da ONU no Haiti. Sua atenção agora está centrada em sua terra natal, o Rio de Janeiro, onde soldados do Exército ajudaram na tomada das fortalezas urbanas do crime organizado e passaram a apoiar a polícia carioca na manutenção da ordem no Complexo do Alemão e da Penha. A ação acaba de entrar na fase em que a exposição dos militares aumenta muito. Eles estão autorizados a patrulhar as ruas, revistar pessoas e prender infratores em flagrante. O general falou a VEJA. 

O fato de a presidente ter pertencido a organizações terroristas na juventude toma penoso à tropa prestar continência a ela?
 
Isso não muda nada. A presidente Dilma Rousseff foi eleita pelo povo de maneira legítima. Como previsto no ordenamento jurídico do país, é ela quem exerce o comando supremo das Forças Armadas. É a Dilma que prestamos continência.

O que o mundo quer saber, no fundo, é se as forças de segurança brasileiras vão garantir a realização da Copa do Mundo e da Olimpíada sem balas perdidas nem bandidos aterrorizando os visitantes.
 
Essa é a situação ideal, e estamos em meio a um processo que nos levará até ela. A progressiva instalação das Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) reduziu muito o número de delitos, como roubo de carros e de residências. Essa melhora deu aos cariocas uma inédita sensação de segurança. O estado está presente nas ruas. Esse é o reflexo imediato. Quando vou ao Rio de Janeiro nos fins de semana, sinto como são reais os efeitos dessa mudança radical. Tenho um parente cuja empregada mora no Morro do Alemão. Ela está se sentindo segura e rindo de orelha a orelha. Duas lideranças de bairros vizinhos ao Complexo do Alemão e da Penha que ficaram de fora da primeira etapa da missão nos pediram que eles sejam incluídos nas novas fases da operação.

Que novos papéis as Forças Armadas precisam estar prontas para desempenhar?
 
O Brasil é uma potência regional, com tendência a aumentar ainda mais a sua influência no mundo. À medida que a economia se torna mais fone e globalizada, cresce o valor da manutenção da paz. Quando olhamos para uma grande empresa nacional, com negócios em vários países, é natural que queiramos calcular quanto do valor dessa empresa depende da segurança que ela desfruta. Ao fazermos a conta, veremos que a estabilidade tem um valor econômico muito grande. Isso em parte é provido pelas Forças Armadas. Também é preciso ponderar que, ao se tomar uma potência ainda mais expressiva no cenário mundial e ainda mais rica em recursos naturais, o Brasil desperta atenção externa de diversas naturezas. Algumas delas podem ser contrárias aos nossos interesses. É imperativo, portanto, dispor de uma força armada à altura da relevância do país.

O Exército tem boa imagem entre os brasileiros?
 
Em uma enquete recente feita pela Escola de Direito de São Paulo, da Fundação Getulio Vargas, as Forças Armadas apareceram em primeiro lugar entre as instituições que mais inspiram confiança. Com 66% de respostas positivas, ganhamos até das grandes empresas e da Igreja Católica, que têm 54%. Quando vou ao Alemão, os meninos me abordam e dizem que querem ser “pqd”, nosso jargão para designar os paraquedistas.

Revista Veja, 17 de janeiro de 2011Duda TeixeiraEdição: 2200
Páginas: 13 a 17
   

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