segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

O Aríete homenageia o Fenômeno - Menino nascido no subúrbio de Bento Ribeiro... Tinha sido criado entre dois grandes da nossa História - Marechal Hermes dum lado e Osvaldo Cruz do outro (nomes das estações de trem que antecedem e sucedem a de Bento Ribeiro). Ainda não se sabia que iria escrever uma bela história nos campos de futebol do mundo. Adolescente, bom de bola, poderia ter escolhido pegar o trem pras bandas da Zona Oeste... acabaria descendo em Bangu ou Campo Grande, atraído pelo barulho das torcidas e dos apitos das arbitragens nos estádios Moça Bonita (Bangu) ou Ítalo del Cima (Campo Grande). Preferiu seguir a linha do trem na direção da Central do Brasil, passando por Osvaldo Cruz, Madureira, Cascadura... até chegar a São Cristovão. Daquela estação ferroviária poderia ter seguido até a Central e, de lá, de coletivo (naquela época ainda não havia Metrô, né Ronaldo), rumado para Laranjeiras (casa do Flu), passado pelos bairros Flamengo e Botafogo (onde não moram os clubes do mesmo nome), ido até o Mourisco, para encontrar-se com o Botafogo, ou mesmo dado uma esticada numa aventura aos pés do Cristo Redentor, encantado-se com as belezas da Lagoa Rodrigo de Freitas e parado na Gávea, do rubro-negro carioca. Mas não! Tinha saído de Bento Ribeiro para ir a São Cristovão... E era lá... naquela estaçãozinha perto do Maracanã, que deveria descer! Acho até que naquele tempo o São Cricri também já não usava mais o campinho do bairro histórico. É possível que aquele menino de Bento Ribeiro tenha se encantado com a Residência Imperial (hoje Museu da Quinta da Boa Vista) ou com a casa onde morou a Marquesa de Santos (famosa amante de Pedro II). Não é possivel que naqueles tempo o menino Ronaldo já gostasse de raparigas, mas, certamente, já se encantava com as minas do subúrbio. Quase certo é que o São Cricri já estava acomodado nas instalações da entrada da Ilha, na avenida Brasil. E foi lá, naquele campinho duro do São Cristovão, onde ele, pela primeira vez, deu a graça de sua arte, na arena dos 11. A partir daí, os olhos espertos da Raposa cruzeirense o enxergaram e o roubaram do bom convívio das terras banhadas pela Guanabara. Mas, parece que o lume do Cruzeiro do Sul, da mesma forma que orienta os náufragos, serviu de bússola para para o menino. E ele não parou mais... O mundo era todo seu... e o mundo foi seu. Quando retornou, não veio para Bento Ribeiro... Havia uma nova missão a ser cumprida. Dessa vez, em terras bandeirantes. Você tornou culpado pelos nossos desatinos... Por sua causa, passamos a assistir jogos do Corintians e, por tabela, do insosso futebol paulista. Enfim, você não foi um grande... você é um grande! Seja feliz em suas novas escolhas! Souza Neto

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