domingo, 6 de fevereiro de 2011

No Rio de Janeiro é uma tremenda esculhambação, na Bahia não é diferente!  Você deve estar se perguntando sobre o que estou qualificando como algo tão vil.  Bem, eu explico.  Leia aí embaixo.

Refiro-me aos "guardadores de carros", corriqueiramente chamados "flanelinhas".  Éh... esses caras infernizam a vida dos proprietários de veículos em todos os cantos de Pindorama Brasilis.

Vou começar pelo Rio.  Lá, eu fiquei de "saco cheio" de tanto ser chamado de "doutor" por esses caras! Aqui, na Bahia, já estou ficando puto de tanto ser chamado de "patrão"!  No Rio, um certo dia, estacionei meu carro à noite na confluência da Av. Rio Branco com Av. Almirante Barroso (Centro).  Estava indo a um evento festivo na sede social do Clube Naval.  Mal parei, apareceu um cara chamando-me de "doutor" e querendo "tomar conta" do meu carro, inclusive cobrando adiantado, como se fosse o dono do pedaço. Nesse dia eu estava meio puto e fui logo dizendo pra ele: "Doutor" uma p...! Eu sou o Comandante Souza Neto!"  O cara me olhou espantado e eu conclui: "Olha, não precisa tomar conta desta merda, não! porque ele não anda sozinho!"  "Pelo menos, até agora isso não aconteceu!  E, tem mais, se quando eu voltar o meu carro estiver riscado ou com os vidros quebrados, vou te pegar nem que seja nos quintos dos infernos!" "E tem outra, você não vai ohar carro p... nenhuma!, dentro de uma hora não tem mais ninguém aqui!"

Claro que essa minha reação estava sustentada no fato de saber que o Clube Naval tem seguranças militares nesses eventos.  Chegando à portaria do clube, chamei o chefe da segurança (um Sargento Fuzileiro Naval), relatei-lhe o ocorrido para que ele determinasse uma atenção especial ao local onde deixei o veículo estacionado.

Em Salvador é outra merda. Há duas semanas, estacionei meu carro nas proximidades da Paralela para assistir a um jogo de futebol no Pituaçu.  Ainda não tinha parado o carro, quando, pelo retrovisor, vi dois indivíduos correndo atrás do veículo. Empurravam-se e discutiam. Brigavam para "tomar conta" do meu carro, imaginei. O que chegou primeiro foi logo dizendo: "Comandante, aqui tá seguro!  É só deixar 10 real!"  Desci do carro, olhei pro sujeito (era um jovem de cerca de 20 anos) e fui dizendo: "Como foi que você adivinhou o meu posto militar?" Ele apenas me olhou. E eu continuei: "Cara, você não está diante de nenhum otário!" "Mal vai começar o jogo e você vai sumir daqui!" "Quando eu retornar, se você ainda estiver aqui a gente conversa!"  Nisso um amigo que estava comigo meteu a mão no bolso e, tirando 5 reais, entregou-o ao "guardador" dizendo:  "Na volta eu lhe dou a outra metade!"  Fomos para o estádio, não sem antes ter tirado uma foto do indivíduo pelo celular.  Quando retornamos não tinha uma viv'alma no local.

Agora, vamos para Itabuna.  Naquela cidade a situação é sui generis. Os donos de veículos pagam duas vezes: uma pro agente do chamado Zona Azul e outra pro "flanelinha" ameaçador.  Ou seja, o poder público cobra mas não inibe a ação dos vândalos!

E aqui na nossa Ilhéus!?  Ah!  É uma esculhambação total!  Já discuti mais de uma vez com os sujeitos mal encarados que querem "guardar" o meu carro. Todas as vezes que disse não ter "trocado", recebi olhares ameaçadores, quando não uma piadinha contendo insinuações não menos perigosas. Ou seja, como qualquer outro lugar desse País, em Ilhéus os proprietários de automóveis sentem-se intimidados. Ontem tirei fotos de três "guardadores".  Aí estão duas:


No local onde havia estacionado o meu carro, encontrei este menino (foto abaixo) substituindo um cara que lá estava quando cheguei.

Disse chamar-se Mateus.  Estuda a 7ª série em uma escola pública, mora apenas com a mãe e que essa "atividade" persiste mesmo quando as aulas começam, trabalhando no turno oposto ao estudos.

Faço as seguintes perguntas:

- POR QUE OS ADMINISTRADORES PÚBLICOS DO "PAÇO" AINDA NÃO DISCIPLINARAM NEM ORGANIZARAM ESSA ATIVIDADE?  

- O QUE É PRECISO PARA UMA PARCERIA ENTRE PREFEITURA, JUIZADO DE MENORES, CONSELHO TUTELAR E OUTROS ÓRGÃOS AFINS, PARA QUE  JOVENS ESTUDANTES MAIORES DE 16 ANOS POSSAM EXERCÊ-LA, SEM PREJUÍZO DAS AULAS?

De uma coisa vocês podem estar certos! No dia em que eu me sentir ameaçado e/ou estiver de "saco cheio" das investidas intimidadoras desses "flanelinhas", irei ao Ministério Público!

JOSÉ ANTONIO DE SOUZA NETO


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