sexta-feira, 27 de abril de 2012

COM O AUMENTO DAS RESERVAS INDÍGENAS NA AMAZÔNIA, QUANTAS NAÇÕES SEREMOS EM FUTURO PRÓXIMO?

Amazônia: Forças Armadas ampliam atuação na 'Cabeça do Cachorro'

Forças Armadas amplia atuação na Cabeça do Cachorro no Amazonas
A Cabeça do Cachorro com 200 quilômetros quadrados, duas fronteiras,23 etnias e quatro idiomas, é uma complexa área da selva amazônica.
A fronteira do Brasil com a Venezuela, em uma aréa 10 milhões de hectares, no extremo Oeste do Amazonas é conhecida como Cabeça do Cachorro. Na região,vivem cerca de 40 mil habitantes, 95% deles indigenas. Nessa aréa, a Força Aérea Brasileira está ampliando uma pista de pouso para melhorar a infraestrutura. O trabalho, no município de São Gabriel da Cachoeira tem o objetivo de resgatar a cidadania dos grupos indígenas e fortalecer as ações militares na fronteira do Brasil.
Cabeça do Cachorro, uma região do extremo noroeste do Brasil, tem esse nome por causa de sua forma no mapa. Com 200 quilômetros quadrados, duas fronteiras (Colômbia e Venezuela), 23 etnias e quatro idiomas, é uma complexa área da selva amazônica. Possui também, desde 23 de maio de 2005, uma unidade da Força Aérea Brasileira (FAB), o Destacamento de Aeronáutica de São Gabriel da Cachoeira (DASG).
Ao chegar a São Gabriel da Cachoeira (AM), a cidade mais importante da região, percebe-se um cenário é deslumbrante. Banhada pelo Rio Negro, São Gabriel, possui praias de branquíssimas areias. Com 40 mil habitantes, sede da Brigada de Infantaria de Selva, a cidade possui problemas de infraestrutura, comunicação e transporte.
Os limites desta região do noroeste do Amazonas foram demarcados em 1907 pelo Tratado de Bogotá, que estabeleceu as atuais fronteiras entre a Colômbia e o Brasil. O local possui várias áreas demarcadas em favor das comunidades indígenas existentes no local.
São Gabriel da Cachoeira
São Gabriel da Cachoeira é o município onde está a região chamada “Cabeça do Cachorro”. O município está distante 852 quilômetros da capital do estado, Manaus. São Gabriel situa-se na bacia do Alto Rio Negro. Limita-se ao norte com a Colômbia e a Venezuela, ao sul e ao leste com o município de Santa Isabel do Rio Negro, ao sul com o Japurá e com a Colômbia. Boa parte do seu território é abrangido pelo Parque Nacional do Pico da Neblina.
O município é considerado um ponto estratégico pelo país, e por essa razão a cidade é classificada como área de segurança nacional, pela lei federal nº 5.449. Foi o primeiro município brasileiro a escolher prefeito e vice-prefeito indígenas, já que em outubro de 2008, foram eleitos Pedro Garcia, da etnia tariana, para prefeito; e André Baniwa, da etnia Baniwa, para vice-prefeito. No município, nove de cada dez habitantes são comprovadamente indígenas. É o município com maior número de indígenas no país.
 
Portal da Amazônia/montedo.com

OS RISCOS QUE ESTAMOS CORRENDO!

Sucateamento das Forças Armadas
  
 Jurista Waldemar Zveiter
Sucateamento das Forças Armadas é denunciado na Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra
Carlos Newton  - Tribuna da Internet - 27/04/2012
Incisivo, verdadeiro e emocionante – assim pode ser resumido o extraordinário discurso do jurista Waldemar Zveiter, quinta-feira, em reunião da Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra (Adesg), em que fez importantes denúncia, especialmente no tocante ao sucateamento das Forças Armadas.
O primeiro pronunciamento foi do presidente da Adesg, Pedro Luiz Berwanger, que falou sobre a importância da ação da Maçonaria brasileira em defesa da soberania sobre a Amazônia, hoje ameaçada pela Declaração das Nações Unidas sobre os Direitos das Nações Indígenas
Texto completo
. Berwanger alertou que esse Tratado da ONU, assinado pelo governo brasileiro em 2007,  determina a independência política, administrativa e social das 206 etnias indígenas existentes no país, cujas reservas podem se transformar em países autônomos, se o Brasil realmente seguir os termos do acordo internacional.
Falando em seguida, Waldemar Zveiter, que é Grã-Mestre da Maçonaria no Rio, atacou duramente o governo federal, mas sempre se referindo ao “presidente Lula”, sem mencionar em momento algum sua sucessora Dilma Rousseff, como se Lula ainda estivesse no poder, o que não deixa de ser vedade. O jurista começou criticando o governo federal por ter enviado em 2005 ao Congresso o projeto 4.779/05, que permitiria a alienação de parte da Amazônia a empresas privados. A proposta foi encaminhada em regime de “urgência constitucional”, que dava à Câmara e ao Senado apenas 45 dias cada um para debatere e aprovar a inovação.
Zveiter disse que naquela ocasião escreveu e publicou o livro “A Maçonaria pela Integridade da Amazônia em defesa da Soberania do Brasil”, que foi distribuído a todos or parlamentares e contribuiu para a rejeição do projeto de Lula.
Em seguida, o ex-ministro do Superior Tribunal de Justiça retomou a linha do discurso de Berwanger e chamou atenção para as ameaças à soberania brasileira na Amazônia. Lamentou então o progressivo sucateamento das Forças Armadas e os baixos salários dos militares, dizendo que hoje a remuneração de um general de cinco estrelas é inferior ao vencimento de um juiz iniciante, fato que considera injusto e até inconcebível.
Passou a analisar a situação dos equipamentos de cada uma das Armas, mostrando que Exército, Marinha e Aeronáutica não têm a menor condição de defender os interesses e a soberania do país.  “A maior parte dos equipamentos está obsoleta. A Marinha só tem um porta-avisões, comprado de terceira mão, que nem sai ao mar”, lembrou, assinalando que os outros navios da Armada foram fabricados na época da Segunda Guerra Mundial.
Foi um discurso longo, que a platéia ouviu em impressionante silêncio, no salão do Clube da Aeronáutica. Sempre de improviso, Zveiter mostrou ser um experimentado orador e foi emendando uma denúncia à outra. Citou também a situação crítica do Exército, especialmente nas áreas de fronteira, sem condições de defender os interesses nacionais na Amazônia.
Depois demorou-se a apontar o sucateamento da Aeronáutica, que tem cada vez menos aeronaves em condições de voar. Indagou então pelos novos caças, que ninguém sabe quando realmente serão comprados, e perguntou até quando os Mirage poderão continuar em serviço. “E quantos Mirage existem. Oito, cinco?” – ironizou
Ao final, criticou também a discussão do Código Florestal no Congresso sem que tivessem sido ouvidas as Forças Armadas nas questões relativas à Amazônia. Disse que isso mostra que os governantes brasileiros, além da permitirem a progressiva obsolescência dos equipamentos, também desprezam a valiosa opinião dos militares.
Ao encerrar o pronunciamento, Zveiter foi ovacionado, com todos os participantes da sessão se levantando para aplaudi-lo demoradamente.
Se algum parlamentar subisse à tribuna do Congresso para fazer um discurso nesses termos, certamente também seria ovacionado, mas cadê coragem?

O ORGULHO DE SER UM FUZILEIRO NAVAL

Militares brasileiros promovem Vasco x Flamengo à moda haitiana

Vasco x Flamengo no Haiti: em meio a 30 mil desalojados do terremoto, as emoções e as dificuldades para torcer
Os militares a serviço da ONU presentearam com camisas do Vasco e do Flamengo as crianças haitianas Foto: Arquivo pessoal
Raphael Zarko
Enraizados na guerra civil haitiana desde 2004, os militares brasileiros encontram histórias de vida que levam para sempre nos meses que passam no Haiti. Numa das muitas noites de patrulha em Porto Príncipe, um grupo de fuzileiros ouviu uma haitiana pedindo socorro. Ela estava dando a luz no meio da rua da capital haitiana.
Militares brasileiros posam com crianças haitianas Foto: Arquivo Pessoal
– Não é raro que mulheres daqui peçam ajuda para ter seus bêbes, mas desta vez a surpresa foi muito grande. Eram trigêmeos. Esse episódio marcou todos nós – lembra o tenente da Marinha Leandro Raposo, que também se arrepiou numa das ações de ajuda comunitária que fazem na cidade.
Os militares posam para foto com os mini-craques haitianos Foto: Arquivo pessoal
– Fizemos palestras no Dia Mundial da Água. Depois, distribuímos alguns brinquedos para todos. Ia embora e senti a mão me puxando. Era uma menina com uma boneca que havia entregue. Ela me puxou, me deu um abraço e saiu correndo. Ali, percebi a sinceridade do gesto e como nosso trabalho no Haiti era reconhecido.

Difícil, às vezes, é torcer
Com missões para conter qualquer sinal de violência e até para cooperar na criação de colônia de pescadores, os militares passam até mais de uma semana longe dos abrigos e dos computadores, que tem limite de conexão para os 292 fuzileiros.
– É normal um goleiro defender e quando a internet volta já saiu gol do outro lado – lembra o tenente Herbert Medeiros, que relata o drama da eliminação do Flamengo na Libertadores, quando acompanharam o finalzinho de Olimpia e Emelec.
O tenente Leandro Raposo entregou 15 camisas do Flamengo às crianças Foto: Arquivo pessoal
– Ali foi complicado. Só me situei do resultado final uns cinco minutos depois do jogo ter acabado. A internet travava e demorava a atualizar. Pelo Skype as famílias mudavam de resultado toda hora, não sabia se era brincadeira ou se era real – diverte-se o flamenguista, que, claro, teve que sofrer com as gozações dos vascaínos.

Projeto de futebol parado
Um dos países mais pobres do mundo – mais da metade da população vive com menos de 1,25 dólar por dia –, o Haiti é uma antiga colônia francesa de 28 mil quilômetros quadrados e incalculáveis problemas políticos, econômicos e sociais. No terremoto de 2010, estima-se que 80% das construções da capital Porto Príncipe foram danificadas.
O Brasil, como responsável pelo processo de pacificação no Haiti, comanda mais de sete mil soldados no país. Da iniciativa deles, surgiram as Ações Cívico Sociais para o povo. Além de palestras sobre diversos temas, doações e distribuições de produtos de maior necessidade e outros serviços, os militares criaram também uma escolinha de futebol.
– O projeto começou com a gente, mas como a proposta é que o Haiti se torne auto-sustentável, eles tocaram o projeto. Mas, infelizmente, o futebol, hoje, está parado – lamenta o tenente Herbert Medeiros.
Em 72ª no ranking da Fifa, uma participação em Copa (1974) e 12 times na liga nacional, o Haiti tenta se reorganizar também no futebol. Campeão caribenho de 2007, os haitianos foram desclassificados na fase preliminar das eliminatórias da Copa de 2014. Ficou em segundo no grupo que tinha Curaçao, Ilhas Virgens e Antígua e Barbuda, a primeira colocada.
 
Extra/montedo.com

ELAINA CALMON SOLTA O VERBO

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A ministra Eliana Calmon, a corregedora do CNJ: "Eu sou uma rebelde que fala"
A corte dos padrinhos
A nova corregedora do Conselho Nacional de Justiça diz que é comum a troca de favores entre magistrados e políticos
 
Em entrevista Eliana Calmon mostra o porquê de sua fama.
Ela diz que o Judiciário está contaminado pela politicagem miúda, o que faz com que juízes produzam decisões sob medida para atender aos interesses dos políticos, que, por sua vez, são os patrocinadores das indicações dos ministros.
Por que nos últimos anos pipocaram tantas denúncias de corrupção no Judiciário?
Durante anos, ninguém tomou conta dos juízes, pouco se fiscalizou. A corrupção começa embaixo. Não é incomum um desembargador corrupto usar o juiz de primeira instância como escudo para suas ações. Ele telefona para o juiz e lhe pede uma liminar, um habeas corpus ou uma sentença. Os juízes que se sujeitam a isso são candidatos naturais a futuras promoções. Os que se negam a fazer esse tipo de coisa, os corretos, ficam onde estão.
A senhora quer dizer que a ascensão funcional na magistratura depende dessa troca de favores?
O ideal seria que as promoções acontecessem por mérito. Hoje é a política que define o preenchimento de vagas nos tribunais superiores, por exemplo. Os piores magistrados terminam sendo os mais louvados. O ignorante, o despreparado, não cria problema com ninguém porque sabe que num embate ele levará a pior. Esse chegará ao topo do Judiciário.
Esse problema atinge também os tribunais superiores, onde as nomeações são feitas pelo presidente da República?
Estamos falando de outra questão muito séria. É como o braço político se infiltra no Poder Judiciário. Recentemente, para atender a um pedido político, o STJ chegou à conclusão de que denúncia anônima não pode ser considerada pelo tribunal.
A tese que a senhora critica foi usada pelo ministro Cesar Asfor Rocha para trancar a Operação Castelo de Areia, que investigou pagamentos da empreiteira Camargo Corrêa a vários políticos.
É uma tese equivocada, que serve muito bem a interesses políticos. O STJ chegou à conclusão de que denúncia anônima não pode ser considerada pelo tribunal. De fato, uma simples carta apócrifa não deve ser considerada. Mas, se a Polícia Federal recebe a denúncia, investiga e vê que é verdadeira, e a investigação chega ao tribunal com todas as provas, você vai desconsiderar? Tem cabimento isso? Não tem. A denúncia anônima só vale quando o denunciado é um traficante? Há uma mistura e uma intimidade indecente com o poder.
Existe essa relação de subserviência da Justiça ao mundo da política?
Para ascender na carreira, o juiz precisa dos políticos. Nos tribunais superiores, o critério é única e exclusivamente político.
Mas a senhora, como todos os demais ministros, chegou ao STJ por meio desse mecanismo.
Certa vez me perguntaram se eu tinha padrinhos políticos. Eu disse: “Claro, se não tivesse, não estaria aqui”. Eu sou fruto de um sistema. Para entrar num tribunal como o STJ, seu nome tem de primeiro passar pelo crivo dos ministros, depois do presidente da República e ainda do Senado. O ministro escolhido sai devendo a todo mundo.
No caso da senhora, alguém já tentou cobrar a fatura depois?
Nunca. Eles têm medo desse meu jeito. Eu não sou a única rebelde nesse sistema, mas sou uma rebelde que fala. Há colegas que, quando chegam para montar o gabinete, não têm o direito de escolher um assessor sequer, porque já está tudo preenchido por indicação política.
Há um assunto tabu na Justiça que é a atuação de advogados que também são filhos ou parentes de ministros. Como a senhora observa essa prática?
Infelizmente, é uma realidade, que inclusive já denunciei no STJ. Mas a gente sabe que continua e não tem regra para coibir. É um problema muito sério. Eles vendem a imagem dos ministros. Dizem que têm trânsito na corte e exibem isso a seus clientes.
E como resolver esse problema?
Não há lei que resolva isso. É falta de caráter. Esses filhos de ministros tinham de ter estofo moral para saber disso. Normalmente, eles nem sequer fazem uma sustentação oral no tribunal. De modo geral, eles não botam procuração nos autos, não escrevem. Na hora do julgamento, aparecem para entregar memoriais que eles nem sequer escreveram. Quase sempre é só lobby.
Como corregedora, o que a senhora pretende fazer?
Nós, magistrados, temos tendência a ficar prepotentes e vaidosos. Isso faz com que o juiz se ache um super-homem decidindo a vida alheia. Nossa roupa tem renda, botão, cinturão, fivela, uma mangona, uma camisa por dentro com gola de ponta virada. Não pode. Essas togas, essas vestes talares, essa prática de entrar em fila indiana, tudo isso faz com que a gente fique cada vez mais inflado. Precisamos ter cuidado para ter práticas de humildade dentro do Judiciário. É preciso acabar com essa doença que é a “juizite”.

terça-feira, 24 de abril de 2012

A Comissão da Verdade precisa apurar esses fatos!


 
 Jacob Gorender, membro do Comitê
 Central do PCBR poderá esclarecer
muito a respeito desses fatos.
 
"Justiçamentos"
Matéria pesquisada e editada pelo site
 
A manhã de 22 de julho de 1973, um domingo, marcou a última ação armada  do Partido Comunista Revolucionário ( PCBR ). Em cinco anos de tumultuada existência , o partido empreendera assaltos a bancos e trocara tiros com agentes dos órgãos de segurança . Naquele dia , porém , o inimigo não exibia a face truculenta do regime militar, mas a de um militante do próprio PCBR - na verdade, um dos seus fundadores e membro do comitê central do grupo. O confronto foi fulminante: em segundos , crivado de balas disparadas por três membros  da organização , Salatiel Teixeira Rolim, 45 anos, casado, 5 filhos, tombou assassinado no interior do Escorrega, um antigo bar na esquina das ruas Dias Ferreira e Rainha Guilhermina , no Leblon, Rio de Janeiro.
Sabe-se hoje que os assassinos de Salatiel são  os esquerdistas "Vila", "Tomás" e "Vaqueiro" - que há catorze anos faziam as vezes de instância máxima de decisão do PCBR, então praticamente destroçado pelos órgãos de segurança.
 Vila, que na vida civil é o professor A.C., atualmente um quadro do PCBR abrigado no PT de um grande estado do sudeste, foi localizado por ISTO É na semana passada - dos outros dois não se tem notícias .Esguio, excitado ao falar de sua vida, ele não carrega na face nem nas palavras qualquer expressão de remorso. Ao contrário , decidido a romper  o silêncio que até então escondera o seu segredo, deu depoimento no qual apenas detalhou seu crime ( leia aqui) como justificou sua execução.  "'"Matei por amor à humanidade ", disse Vila.  Chinês  era um corrompido". A.C. continua fiel à linguagem do panfleto que espalhou no bar depois de apertar o gatilho.
Chinês fora "justiçado" , como Vila faz questão de frisar recorrendo ao jargão da esquerda, porque sobre ele  desabaram duas suspeitas jamais esclarecidas. Primeiro: que era responsável pela prisão do comitê central , incluindo-se  aí o chefe do PCBR, Mário Alves,  em 1970.Segundo: teria se apropriado  de 1,7 milhão de cruzeiros  da cota desviada  do Banco do Brasil por Jorge Medeiros de Barros, o "Bom Burguês" para os partidos clandestinos (Observaçãodo site www.averdadesufocada.com - o nome correto é Jorge Medeiros do Valle) . Com esse dinheiro, acusa Vila , ele teria comprado o Bar Escorrega .
 Salatiel - que além de "Chinês" atuava com o codinome de "Roberto Penaforte" - começou  sua militância  no partido Comunista  Brasileiro (PCB) e no Sindicato da Contrução Civil do Rio de Janeiro .
Em 1969, ao lado de Mário Alves, Jacob Gorender  e Apolônio de Carvalho , participou da fundaçâo do PCBR  e partiu para ações armadas contrao regime. " A gente  sabia que ele não era traidor . Quando meu pai chegou na polícia do Exército, eles já tinham todos os nomes, endereços e fotos ", afirma o filho de Salatiel, o fotógrafo Sílvio Rolim, que jamais admitiu a suspeita sobre o pai. A família de Chinês se mostraria ainda mais magoada com a acusação  do desvio de recursos. "Lá em casa sempre faltou dinheiro para o mínimo", lembra Sílvio, segundo quem Salatiel jamais foi dono do Ecorrega, mas apenas um empregado.
Obviamente, nenhuma família com tradição da Rolim, com longa militância na esquerda , receberia com tranquilidade as acusações atiradas sobre seu chefe . Além de Salatiel, dona Ruth  Hermínia, a mulher , falecida há dois anos , também militou no PCB e, depois, no PCBR. Sílvio era um quadro do PC do B, e Sérgio, o filho mais velho , optou pelo explosivo Movimento Revolucionário 8 de outubro (MR-8) " Mamãe fazia um panelão de sopa, deixava em cima do fogão e partia para a militância com o velho", recorda Sílvio.
 Na manhã em que foi assassinado, Chinês  acabara de levantar as portas do Escorrega  para mais um dia de trabalho .
 Eram 8h.30m  e apenas  uma pessoa testemunhou  o crime - o tintureiro  Antônio Moura . Até hoje, ele não entendeu bem  o que se passou. "Dizem que foi um caso  político que envolvia dinheiro. Mas, pelo que eu sei, Salatiel era apenas empregado do bar"  Moura conferia os livros - caixa  de sua tinturaria, em frente ao Escorrega, quando ouviu os tiros. Correu então para a porta e pode ver três homens espalhando um panfleto no qual o " Comando Mário Alves", do PCBR, assumia  a responsabilidade pela execução do "traidor e corrupto" Salatiel. Em seguida eles zarparam num carro  estacionado diante de do bar.
"Aquilo não foi uma decisão do partido, mas uma atitude isolada e criminosa de três pessoas", analisa o advogado Paulo Amaral, o ex-militante "Kid", do PCBR , hoje procurador do Incra no Rio. De fato, em julho de 1973 o PCBR já tinha sido estraçalhado pelos órgãos de segurança, mas os remanescentes do grupo permaneciam mergulhados numa inglória clandestinidade. O contraponto à violencia da ação dos órgãos de segurança era o terrorismo dos grupos que se alinhavam na " luta  armada", que acabou por voltar-se contra si mesmos.
A morte de Salatiel é, até agora, a história mais trágica de assassinato nos porões da esquerda de que se tem conhecimento. Não é  a única com tudo.
Observação so site www.averdadesufocada.com :
 
De 1970 até fins de 1973, os “juízes” do famigerado “Tribunal Vermelho” não entraram em recesso. Estiveram permanentemente “julgando”, segundo suas absurdas leis, levados por suspeitas, e condenando o “réu” sem direito à defesa.
Em nome da “democracia”, não davam direito a seus próprios companheiros de ter um minuto de dúvida sobre o mérito de tão insana luta. Baseados em suposições, condenavam sem direito à apelação.
Normalmente, acumulavam as funções de “juízes” e executores. Matéria publicada no jornal O Globo, de 31 de janeiro de 2005, página 3, contém a seguinte frase: “ao longo de todo o regime militar, houve cerca de 30 casos de justiçamentos”. Poderíamos enumerar inúmeros.
Fonte:A Verdade Sufocada - A história que a esquerda não quer que o Brasil conheça. 
 

segunda-feira, 23 de abril de 2012

Viejos Tiempos

Artigo no Alerta Total – http://www.alertatotal.net
Por Maria Lucia Victor Barbosa

Em que pese os sinais de modernização havidos em alguns países da América Latina, especialmente a partir dos anos 90, as marcas da colonização que plasmaram a mentalidade dos seus povos nunca deixaram de existir. São mantidos ou emergem como nos viejos tiempos: instabilidade política, crises econômicas, incompetência governamental, corrupção, populismo, nepotismo, patrimonialismo, autoritarismo, impunidade, hipertrofia do Poder Executivo, ausência de cultura cívica.

Além disto, como afirmei em um dos meus livros, América Latina, em busca do paraíso perdido, latino-americanos possuem uma estranha mescla de altivez e sentimento de inferioridade. Para se livrarem da síndrome do fracasso, das mazelas, das fraquezas, cujas raízes se prendem ao passado colonial, descarregam sua frustração em possíveis culpados, especialmente, nos Estados Unidos por conta do insuportável progresso daquele país. Latino-americanos só se esquecem de perguntar o que fizeram a si mesmos.

O recente ato de populismo desvairado e nacionalismo irracional da presidente da Argentina, Cristina Kirchner, ao expropriar a YPF, maior empresa petrolífera do país adquirida pela Repsol espanhola em 1999, relembra viejos tiempos da era Perón.

Adorado até hoje por muitos argentinos, cultuado como uma espécie de deus, admirado como herói, Juan Domingo Perón tem também os que o relembram como déspota odiado, causa de todos os males da Argentina. De todo modo, cabe acentuar alguns elementos marcantes do governo peronista, os quais contribuíram de forma decisiva para o declínio do país que chegou a ser chamado de “Colosso do Sul”. Derivados de toda uma evolução histórica, social e politica esses elementos encontraram em Perón as condições ideais de expansão e foram justamente eles que Cristina Kirchner ressuscitou: a falsa democracia, o nacionalismo xenófobo, a demagogia exacerbada. Um filme que a Argentina já viu várias vezes e que nunca teve um final feliz.

Recentemente, com o mesmo intuito de desviar as atenções dos argentinos da situação econômica, na qual avulta uma inflação da ordem de 25% e a fuga de bilhões, sendo que neste ano já deixaram o país US$ 22,5 bilhões, a presidente Kirchner voltou aos viejos tiempos do General Leopoldo Galtieri e simulou desencadear outra guerra das Malvinas.

Naquela aventura ao mesmo tempo grotesca e trágica, o General Galtieri chegou a afirmar: “Não cremos que a Grã-Bretanha se mobilize pelas Malvinas”. Ao contrário, na Inglaterra houve imediato sentimento de defesa dos kelpers que, segundo os britânicos tinham o direito de decidir seu futuro e se livrar de um despotismo estrangeiro arbitrário e brutal.

Na guerra que durou setenta e dois dias, levaram a pior os mal preparados recrutas argentinos diante de um pequeno grupo de tropas de elite enviado pelos britânicos às ilhas Falklands que incluía marines, paraquedistas e mercenários ghurkas. O fracasso fez a frustração popular se voltar contra o governo Galtieri e, ao contrário, deu ao governo de Margaret Thatcher estrondosa vitória eleitoral. Possivelmente essas recordações fizeram Kirchner desistir da estapafúrdia ideia de invadir as Falklands passando, então, a fabricar algo que contivesse também forte apelo nacionalista: a expropriação que só faltou ter o mote: “o petróleo é nosso”.

Enquanto nos Estados Unidos e na Europa, a expropriação da YPF foi duramente criticada, a presidente Dilma e o ministro de Minas e Energia Edison Lobão, seguindo a arenga do ex-presidente Lula da Silva, correram para acudir o governo argentino dizendo que o ato do país vizinho é uma questão de soberania. Esqueceram que romper tratados não é próprio da soberania, mas da selvageria, pois não é civilizado romper acordos internacionais.

O ministro Lobão, disse crer que a Petrobrás não será expropriada na Argentina. Já o foi, na província de Neuquén, em princípio de abril. Também esqueceu ou ignora que a presidente Kirchner tem mantidos congelados os preços dos combustíveis nos postos da Petrobrás, apesar da inflação, talvez, um detalhe menor porque o Brasil está fazendo o mesmo.

Como era de se esperar, na medida em que o governo argentino não tem condição de bancar os investimentos que a Repsol fazia, a presidente Kirchner enviou o ministro de Planejamento da Argentina, Julio de Vido, para conversar com nosso ministro de Minas e Energia. O primeiro propôs o aumento da participação da Petrobrás de 8% para 15% do mercado de produção, processamento de petróleo e distribuição. Lobão respondeu que fará de tudo para ajudar o país vizinho. Já vimos um filme parecido na Bolívia. São viejos tiempos que sempre voltam, aqui e em toda América Latina.

Maria Lucia Victor Barbosa é socióloga. mlucia@sercomtel.com.br

Como seria a Terceira Guerra Mundial na era high-tech?

Será que a tecnologia poderia influenciar de forma decisiva nos combates de uma nova guerra mundial?
Lucas Karasinski
A história da humanidade sempre foi marcada por grandes guerras, conflitos históricos que ceifaram a vida de milhões de pessoas de várias nacionalidades. Se elas trouxeram muitas mortes e muita destruição, também mostraram grandes revoluções tecnológicas.
Foi assim na Primeira Guerra Mundial, com os primeiros combates aéreos, e também na Segunda Guerra Mundial, com o nascimento da logística propriamente dita e a utilização das bombas atômicas (que ajudaram na criação da internet).
E você, já parou para pensar em quais seriam as revoluções trazidas por um novo combate armado? Hoje, com a tecnologia mais presente do que nunca em nossas vidas, talvez uma guerra mundial fosse capaz de mostrar um uso nunca antes visto de recursos diferenciados.
E é essa a ideia deste artigo. Aqui não vamos abordar o que desencadearia uma possível Terceira Guerra Mundial ou quais países estariam envolvidos, somente as incríveis tecnologias que poderiam ser utilizadas. Confira!
Armas revolucionárias
Os armamentos sofreram muitas melhorias tecnológicas desde a Segunda Guerra Mundial. Entretanto, algumas clássicas só estão ganhando adaptações hoje em dia, como no caso da modernização do rifle AK-47, que deve receber equipamentos destacáveis, como mira óptica e lanterna.

Mas há também novos e impressionantes recursos, como o canhão laser que deve ser adotado pela Marinha dos Estados Unidos. A arma é capaz de atirar nada menos do que 14 quilowatts de luz concentrados em um único ponto, fazendo com que o alvo entre em combustão instantaneamente.
Já para os combates corpo a corpo, uma boa alternativa é a utilização de fuzis inteligentes, com balas que possam ser “programadas” pelos soldados, como o Rifle XM25.

Além deste rifle, há a opção também das balas teleguiadas, que podem orientar-se em direção ao alvo caso ele mude a sua localização. Esse tipo de munição trabalharia como uma espécie de versão em miniatura dos mísseis teleguiados e poderia percorrer grandes distâncias.
HAARP
O HAARP é, com certeza, o trabalho militar que mais impõe medo na população mundial. O projeto de estudos sobre a ionosfera terrestre tem como objetivo principal ampliar o conhecimento sobre o assunto.

Entretanto, há controvérsias, e muitos falam que o HAARP é, na verdade, uma arma geofísica capaz de controlar placas tectônicas, temperatura atmosférica e até mesmo o nível de radiação que passa pela camada de ozônio. Teorias conspiratórias dizem, inclusive, que a arma seria responsável pelo terrível terremoto ocorrido no Haiti, além de causar barulhos estranhos no céu de todo o planeta.

Hackers – o poder nas mãos dos nerds
Os governos do mundo todo lutam para manter os hackers mais brilhantes do seu lado, e não é para menos. Muitos especialistas determinam que é o campo cibernético que deverá determinar o sucesso ou o fracasso das grandes nações em uma possível Terceira Guerra Mundial.
Já imaginou a luta, por exemplo, entre os grandes cérebros do planeta em busca do controle de bolsas de valores, usinas de energia ou plataformas de lançamento de mísseis nucleares?
Supersoldados
A preparação dos soldados é algo que pode definir uma guerra, afinal de contas, é a infantaria que consegue conquistar os principais objetivos de uma batalha. E novas ferramentas para deixar os combatentes estão sempre em pauta, como a utilização de exoesqueletos. Esse tipo de recurso, muito famoso por ser visto nos filmes, já está bem próximo da realidade e poderia ser utilizado em uma grande guerra mundial.

Esses soldados teriam também a chance de controlar as próprias armas com a força da mente. Pequenas ondas elétricas administradas no cérebro dos combatentes poderiam permitir a ligação direta entre a mente do soldado e sistemas bélicos, como drones ou sondas.
Bombas atômicas
As bombas atômicas são grande objeto de discussão mundial e não é para menos, pois o seu poder destrutivo é impressionante. Mas será que elas podem chegar a ser utilizadas sem que acabem com todo o planeta?
Apesar de muitos acharem que não, vários países continuam trabalhando em seu desenvolvimento. Além disso, há também as pandemias, que podem ser até mesmo mais perigosas que as explosões atômicas.
Combatentes artificiais
A robótica com certeza teria um papel fundamental nos combates armados da Terceira Guerra Mundial. E a serventia dos soldados de ferro seria enorme, pois eles podem ser desenvolvidos de acordo com a necessidade de cada exército.
SnakeBot de olho em tudo o que está acontecendo 
(Fonte da imagem: Reprodução/ Popular Science)
O Snakebot, por exemplo, é um robô com o formato de uma cobra capaz de passar por canos, rastejar de forma imperceptível por barcos, salas escondidas e florestas e, se necessário, ficar de pé para oferecer uma visão mais abrangente.
Já o PETMAN é um robô que imita o corpo humano e é capaz de caminhar, correr e escalar como se fosse uma pessoa real. Este poderia, por exemplo, ser utilizado em combates de infantaria.
Há também muitos estudos que trabalham a inteligência dos robôs e, em alguns casos, já se pensa em dar a liberdade para que eles decidam se devem ou não matar uma pessoa, por exemplo. O recurso, a princípio, seria utilizado no X-47B, um jato de combate não tripulado.
(Fonte da imagem: LA Times)
E caso não haja tanta confiança na inteligência artificial dos robôs, uma boa saída é a criação de avatares que possam ser controlados por seres humanos, tudo de maneira muito semelhante àquela vista no filme de James Cameron.
Controle da mente
Além das armas de destruição em massa, outros tipos também poderiam ser objeto de preocupação. Na Rússia, por exemplo, foi confirmado recentemente que há estudos direcionados à criação de uma arma capaz de controlar a mente das pessoas, transformando-as em zumbis.
Espionagem avançada
A espionagem sempre ocupou um papel importante nos conflitos e teve o seu auge com a Guerra Fria entre Estados Unidos e União Soviética. Por isso, novas tecnologias nesse sentido sempre estão em desenvolvimento.
(Fonte da imagem: Reprodução/DARPA)
Uma alternativa interessante em estudo é o desenvolvimento de insetos recriados com perfeição, isso com a finalidade de se conseguir espionar conversas e lugares passando-se totalmente despercebidos.
Já o Vulture, desenvolvido pela DARPA em conjunto com a Boeing, trabalharia de maneira diferente. O avião funcionaria como um tipo de satélite, realizando vigilância e monitoramento de grandes áreas sem a necessidade de tripulação. O mais incrível é que ele poderia voar até cinco anos sem ter que pousar.

A DARPA também pensa em realizar um monitoramento de fora do planeta. O projeto Phoenix busca, em um futuro próximo, conseguir reaproveitar o lixo espacial que orbita a Terra para reconstruir, diretamente no espaço, novos satélites de espionagem.
Além disso, muitos segredos militares poderiam ser descobertos de maneira ainda mais simples, sendo revelados pelos aparelhos de TV ou geladeiras presentes na residência dos grandes líderes mundiais, por exemplo. De acordo com o diretor da CIA, as casas inteligentes podem facilitar muito o trabalho de investigação de seus agentes.
 
TechMundo/montedo.com

quinta-feira, 19 de abril de 2012

O verdadeiro soldado veste a farda na alma

 
  Veja aqui o vídeo com a Canção do Exército 
No dia 19 de abril - Dia do Exército  

Nós, do site  www.averdadesufocada.com    ,  não poderíamos deixar de homenagear  o Verdadeiro Soldado , aquele que fez, faz e contitnuará a fazer do Exército  uma das Instituições de maior credibilidade do Brasil.
A todos aqueles que têm Alma de Soldado, sejam os jovens que escolherem essa carreira  amanhã, ou  os soldados de hoje,  ou os de ontem, o nosso agradecimento, respeito , a nossa continência e homenagem, transcrevendo as palavras do General Ref José Batista Queiroz. 
 ALMA DE SOLDADO
General Ref José  Batista Queiroz
Alma de soldado é amar a Pátria com sinceridade, sem fingimento, sem rodeios, sem falsidade; é ser capaz de dar a vida por ela.
Alma de soldado é ter espírito de servidão, é servir ao País como o monge serve a Deus, é sentir em seu coração as melodias de sua terra.
 
O despertar  do
Soldado-ouça aqui
Alma de soldado é sentir saudade da alvorada e do silêncio nos acordes de um clarim, é sentir a vida despertar com as últimas estrelas do céu e os primeiros raios do sol.
Alma de soldado é ir para o quartel sentindo o sabor das manhãs, é marchar todos os dias, com elegância e vibração, ao som dos dobrados militares.

Alma de soldado é recordar as horas passadas em seu posto de sentinela, sentindo a brisa das madrugadas. É conviver com a solidão da noite e namorar as estrelas no ceu.

Alma de soldado é fortalecer o corpo com exercícios físicos, mesmo nas manhãs frias de inverno ou chuvosas de verão; é ser um forte como são os homens na guerra.

Alma de soldado é ter orgulho do uniforme e da profissão, é trabalhar com entusiasmo, é acreditar na sua missão de defender o Brasil, é preparar-se para ela nas condições mais adversas.

Alma de soldado é não fraquejar diante das incertezas e dos obstáculos; é pensar sempre no sucesso, nunca no fracasso; é ser como um pássaro voando para o alto , cheio de esperança.

Alma de soldado é ver na hierarquia e na disciplina os valores cartesianos da profissão; é encontrar nesses valores a luz que dá vida às virtudes militares

Alma de soldado é viver a paz preparando-se para a guerra, é estar na guerra lutando pela paz, é ser um guerreiro durante a vida inteira.

Alma de soldado é ter o espírito colorido de verde-amarelo, é acreditar no Brasil como os rios acreditam no mar, é pensar no futuro como as aves
  
     Não Soldado que não se lembre deste Dobrado
                              Ouça aqui
pensam na primavera.

Alma de soldado é estar presente no Brasil inteiro, é viver esquecido nos momentos de paz e alegria, é ser lembrado nos momentos de calamidades e dor, é ser sempre uma esperança

Alma de soldado é ter o sorriso aberto de nossa gente, o espírito bondoso de nosso povo... É ouvir as canções do vento nas palmeira de nossa terra, é ser um brasileiro de coração..

Alma de soldado é possuir a etnia das raças, o sentimento das pessoas, a simplicidade dos humildes; é ser a roupa que veste o Brasil, é ser um lutador

Alma de soldado é morar nas regiões mais isoladas e  distantes do país,  como na Amazônia, nas fronteiras, no Pantanal,  na caatinga...  nos sertões deste Brasil imenso.

Alma de soldado é acreditar na grandeza da profissão, nos valores que estão alojados em seu uniforme; é servir de exemplo para as novas gerações, para as pessoas.

Alma de soldado não é ser melhor nem pior do que ninguém.  É  apenas cumprir o seu dever com zelo e seriedade. É ter olhar franco e cristalino , é ter palavras simples para dizer a verdade.

Alma de soldado é ser um cidadão, semelhante àquele que caminha pelas ruas, que cruza com as pessoas, que brinca com as crianças, que ama o próximo, que sorri para os outros, que é amigo ...

Alma de soldado é vigiar cada pedacinho do céu que cobre o Brasil, é cuidar da imensidão do mar que abraça a nossa terra, é defender o solo onde vive a nossa gente. Alma de soldado é garantir a soberania do país que pulsa forte em nossos corações .

  
  As tragédias enfrentadas, no cumpri-
  mento do dever levam o soldado mui-
  tas vezes ás lagrimas
Alma de soldado é ter uma lágrima para o sofrimento dos outros,  é ser solidário à dor dos desamparados, é estender a mão aos humildes e aos necessitados.

Alma de soldado é aceitar as diferenças; sem preconceito de raça, de condição social, de religião, de ideologia, de idade. É ser um brasileiro.

Alma de soldado é não ter espírito de vingança,  é não  ser prepotente com êxitos ocasionais.  É saber conciliar e perdoar, é oferecer a seus adversários a sua mão amiga e tolerante.

Alma de soldado é estar em sintonia com as aspirações da sociedade, é respirar o mesmo ar que ela respira, é sentir a mesma dor que ela sente. É lutar ao
  
      Soldados montam ponte em zona de enchente 
lado  da liberdade e da democracia, como nos campos da Itália durante a II GM

Alma de soldado é ser parceiro na construção do futuro e na segurança do país, é ser motivo de orgulho e alegria para um povo, é merecer a confiança desse povo.

Alma de soldado é não ter aspirações complexas. Sua felicidade não está no dinheiro, está na alegria do sorriso, na simplicidade da vida,  na honra do uniforme, na nobreza da missão.

Alma de soldado é ter a virtude de um rei, a simplicidade de um monge, a coragem de um guerreiro.

Alma de soldado é    ter orgulho de si mesmo, é não ter vergonha de  ser honesto, é viver um sonho e querer ser soldado para sempre. É ser gente...

Alma de soldado
é ser um heroi desconhecido,
eternamente...

terça-feira, 17 de abril de 2012

Vamos e venhamos outra vez

Cabe repetir a verdade, já cediça, de que os corruptos não são marcianos, são também brasileiros como nós, aqui paridos e criados.

 João Ubaldo Ribeiro - O Estado de S.Paulo/ O Globo - 15/04/2012
 
Volta e meia, toco no assunto de hoje, sempre com as mesmas opiniões. Não adianta nada, mas sei que há muita gente que pensa parecido e gosta de ver estas observações expostas novamente, com outras palavras. Não há de ser em minha geração, mas virá o dia em que nos tocaremos de vez. Morrerei cético, mas na torcida e com o fio de esperança que todos precisam carregar. Refiro-me a nós mesmos, o tão falado povo brasileiro.
Quando eu era um jovem metido a várias coisas (aliás, tão metido que, se hoje encontrasse um fedelho opinioso como eu era aos 20, desapareceria do recinto assim que ele falasse e me manteria à distância, no mínimo em outro município), os brasileiros não tinham culpa pelo atraso do País, mais tarde adornado com a designação, então em uso chique, de "subdesenvolvimento".
A culpa era do imperialismo norte-americano, tudo o que de ruim nos acontecia era culpa do imperialismo norte-americano. Até quando a moça não queria nada com a gente, a culpa era do imperialismo, que impunha padrões de beleza masculina humilhantes e ainda obrigava a gente a usar blusão James Dean no calor de Salvador, afetar ares entediados e besuntar o cabelo com as banhas e cremes fedentinosos que inventavam para nossos penteados serem iguais, por exemplo, ao do Farley Granger. Elas, as coroas do meu tempo, hoje ficam com vergonha e fingem que esqueceram, mas caíam até em sussurrinhos indecorosos, quando esse tal Farley Granger e seu famoso penteado apareciam na tela. Legiões de compatriotas foram assim ultrajados pelo imperialismo.
Para vencer esse poderoso inimigo, mobilizaríamos as massas e faríamos a Revolução. Mas, como já assinalava o bom juízo dos antigos, ser revoltado é fácil, difícil é ser revoltoso. A maior parte dos revolucionários era mais para a revoltada e debatia temas palpitantes, tais como a existência de uma burguesia nacional ou a vigência de regimes feudalistas no Nordeste, e só dois ou três gatos-pingados eram revoltosos e tentavam ir além do debate, geralmente com resultados péssimos para a saúde. A Revolução se foi, o negócio passou a ser as grandiosas Reformas de Base, que ninguém nunca soube direito de que se trataria e que agora todo mundo esqueceu de vez.
Poupando-nos um retrospecto que não traria nenhuma novidade, o que temos é o que está aí. Todo mundo sabe como é ruim a situação do Brasil em carga tributária, em saúde, em educação, em transportes, em segurança pública, em trânsito urbano, em aplicação da justiça, em saneamento básico e, enfim, em praticamente todas as categorias concebíveis. Não lembro um só dia, nos anos recentes, em que uma grande tramoia, um desvio de dinheiro espetacular ou um roubo sem precedentes não seja matéria dos noticiários. Ninguém mais presta atenção direito, confunde tudo e o resultado final é uma espécie de monturo na cabeça da gente, que se amontoa espantosamente a cada dia.
Os partidos políticos não são nada, nem em matéria de crenças e princípios, nem de qualquer outra coisa; não há ideais, há interesses. Não são partidos, são bandos ou, sem esticar demais a metáfora, quadrilhas rapineiras, que não pensam nos interesses do País, mas na aquisição de poder e influência geradora de riqueza. Os homens públicos, dentro ou fora dos parlamentos, em todos os níveis, parecem não conseguir escapar à malha corruptora que abafa o Estado em todas as esferas. E, de qualquer forma, injustiça ou não, a palavra "político" é hoje quase sinônima de ladrão.
Mesmo quando não há ilegalidade, há indecência, há recursos a eufemismos cínicos e trapaças engenhosamente maquiladas de manobras legítimas e o fato é que o Estado, sustentado pelos impostos mais altos do mundo, continua a ser sugado de todas as maneiras, fraudado de todas as formas. Roubam parlamentares, roubam administradores, roubam funcionários, roubam todos. Para lembrar somente um exemplo mais recente, a verba liberada para a reconstrução de Teresópolis, não deve ter sido suficiente, já que nada se fez. Aliás, li que instalaram algumas sirenes. Mas deviam ser de qualidade inferior, porque várias falharam. Isso é o que dá, quando se libera verba sem prever a taxa de corrupção aplicável por praxe.
É pensando nessas coisas que vem uma saudadezinha do imperialismo, era bem melhor, pensem aí. Agora a gente matuta, matuta, e chega à desagradável conclusão de que sempre quisemos botar a culpa do nosso atraso, do subdesenvolvimento ou que outros males nossos citemos, em alguém diferente de nós.
A mania vem diminuindo um pouco, mas até hoje é comum um cidadão indignado discursar no boteco, espinafrando o brasileiro - o brasileiro não obedece à lei, o brasileiro é malandro, o brasileiro não tem educação, o brasileiro isso e aquilo. Brasileiro, quem? Ele não, e os outros sim?
Parece sempre necessário lembrar que somos todos brasileiros e envolvidos na vida brasileira. Há quase 200 anos, somos donos exclusivos disto aqui e nunca fizemos por onde honrar a imensa riqueza que herdamos, mas, ao contrário, instauramos desigualdades monstruosas, assaltamos a fazenda pública e fomentamos o atraso à custa do prejuízo geral e do ganho dos privilegiados.
Somos nós os responsáveis pelo que está aí, nada disso se fez, ou se faz, por geração espontânea, fomos nós.
Cabe repetir a verdade, já cediça, de que os corruptos não são marcianos, são também brasileiros como nós, aqui paridos e criados. Portanto, vamos e venhamos, pode ser chato, mas a evidência se impõe, não é possível fugir dela. Toda árvore boa produz frutos bons, e toda árvore má produz frutos maus. Uma árvore boa não pode dar frutos maus, nem uma árvore má dar frutos bons. O autor destes dois últimos pensamentos foi até um pouco lembrado nesta Páscoa, embora bem menos que o coelho.

Reflexões sobre política e militares


 Major Brigadeiro do Ar da Reserva Adenir Siqueira Viana *
A crise decorrente da divulgação, pelos três Clubes Militares, de um manifesto relativo às questões suscitadas por declarações de ministras contrárias à Lei da Anistia, tendo como pretexto a Comissão da Verdade – que nenhum militar teme, mas deseja imparcial, buscando a verdade dos dois lados em confronto à época – trouxe à tona um assunto adormecido: a participação militar ostensiva na vida política do País, o que não ocorria desde a redemocratização.
texto completo
A exemplo disso, cite-se Dora Kramer, que, em 26 de fevereiro afirmou no artigo "Por quem Serra cedeu", no jornal O Estado de S.Paulo: "Nostalgia. Os grupos de militares da reserva que reclamaram da falta de censura por parte da presidente Dilma Rousseff às críticas de suas ministras ao governo autoritário queriam o quê? Pelo visto, interditar o direito à livre manifestação, num surto saudosista. Foram obrigados a recuar, chamados à realidade de que estão fora do jogo político desde a volta ao País à legalidade com o fim do regime de exceção."
Como Major Brigadeiro da reserva da Força Aérea Brasileira, com quase 42 anos de serviços prestados a este nosso sofrido Brasil, com participação nas enchentes em Tubarão, Projeto RADAM, muitas buscas de aeronaves perdidas, resgates arriscados, comandos como o do Centro Técnico Aeroespacial (CTA), ao qual o ITA se subordina, não poderia deixar de comentar o tema.
A crer-se na colunista, uma ministra dizer o que bem entende está certo; sua opinião não expressa a opinião do governo, não compromete as posições da presidente, ainda que em desacordo com supostas políticas governamentais ou compromissos presidenciais. O direito de se expressar é sagrado. Mas os Clubes Militares, entidades de Direito Civil (abertos a civis inclusive), por representarem militares não poderiam nem pensar, e menos ainda expor, opinião que desagradasse ao presidente de plantão. Para a jornalista, ao entrarmos para a vida militar, entraríamos na verdade num claustro, com voto de silêncio pelo resto da vida. Toda a nossa vivência, experiência profissional, tudo somado, não poderia contribuir para o aperfeiçoamento institucional da Nação, não seria alerta para correções de rumos, válvulas para controlar a pressão gerada por baixos salários, sistemáticas campanhas de difamação etc.
E não estaríamos, assim, diante de um desserviço ao Brasil? Ingressei na Força Aérea no início de 1965. Convivi com mais de mil cadetes, na faixa dos 18 aos 24 anos, com aspirações, desejos e esperanças de qualquer jovem da época. Vim de uma família pobre do interior de Minas Gerais. Nos quatro anos como aluno e cadete, que me lembre, ninguém foi preso, torturado ou expulso da Escola da Aeronáutica por razões políticas. Nem a seleção para o ingresso levava em consideração critérios políticos, apenas o mérito.
É bem verdade que além de não termos tempo, não discutíamos muito política e nem o proselitismo político era tolerado, como, aliás, acontece até hoje. Tudo que não se quer em país nenhum do mundo é Forças Armadas que respondam a interesses de partidos políticos e não do Estado. A História está repleta das consequências que isto acarreta: Gestapo, Exércitos Vermelhos, Forças de Libertação Nacional. Resultado: 6 milhões de judeus mortos, 65 milhões de chineses, 20 milhões de soviéticos (inclusive 7 milhões de ucranianos mortos de fome), 2 milhões de coreanos do norte, 2 milhões de cambojanos, 1 milhão de vietnamitas, 150 mil entre cubanos, nicaraguenses e peruanos, 45 mil na guerra das FARC na Colômbia, a esmagadora maioria, civis (guerra que ainda cobra seu preço em vidas humanas), cerca de 30 mil na Argentina e 3.000 no Chile.
Aqui tivemos a infelicidade de perder 372 brasileiros mortos ou desaparecidos, fatos atribuídos à Revolução, e 120 pelos terroristas de esquerda. Cerca de 370 militares do Exército participaram nas ações dos DOI - CODI, num efetivo de 150.000 homens. Não me parece que possamos chamar isto de militarização do Brasil. Pelo menos no que concerne à Força Aérea, a política partidária esteve de fora no período revolucionário e assim está até hoje.
AGuerrilha do Araguaia não foi iniciada pelos militares, mas por integrantes seniores do PCdoB e de grupos terroristas que preferiram o conforto da cidade, mas enviaram jovens para lá. Essa guerrilha estava sendo gestada desde 1961, antes da Revolução. Os militares que a combateram não foram para lá como voluntários, mas no cumprimento da missão de garantir a lei e a ordem.
A porta dos movimentos terroristas de esquerda só tinha uma via – a da entrada, uma vez que, por segurança, a ninguém era permitido sair vivo. Há como citar vários  "justiçados". Daí que muitos, como Zé Dirceu, trocaram de identidade, às vezes com o auxílio das Forças de Segurança, e desapareceram.
Este não é um quadro edificante e teria sido melhor a nação não tê-lo vivido. Gorender, um dos expoentes da esquerda, escreveu que não se vai à guerra para levar flores, e a luta armada promovida pelas esquerdas não deixou dúvidas a esse respeito (ver: http://www.myspace.com/ video/vid/61840367).
Enquanto as Forças de Segurança do Estado evitaram ao máximo os efeitos da guerra sobre civis inocentes, boa parcela dos mortos e mutilados, provocados por atos terroristas, eram civis. Não jogamos bombas de napalm no Araguaia, não houve prisões em massa – cerca de 2.000, numa população de 100 milhões.
Querer estigmatizar as Forças Armadas, discriminar seus integrantes, atribuir-lhes crimes que não cometeram é inaceitável. Muito se fala em Herzog, um jornalista, mas nada sobre o operário Fiel Filho, também morto no DOPS de São Paulo. Sua morte, entretanto, acarretou a destituição do Comandante do 4º Exército, Gen. Ednardo D'Ávila, por Geisel, à revelia do ministro do Exército, Gen. Silvio Frota, também destituído depois, num claro recado de que ações daquele tipo não seriam toleradas. 
Os militares e civis que fizeram a Revolução de 64 tinham um projeto para o País, incluindo-se educação. Lembram-se dos problemas dos "excedentes"? Da falta de vagas nas Universidades? Eu sou testemunha da dificuldade que era estudar neste interior do Brasil na década de 1950, início da de 1960. Em todo o Sul de Minas, que eu soubesse, não existia uma única escola pública além do primário. Meu pai foi um herói ao conseguir manter seus sete filhos na escola; todos obtiveram diplomas de curso superior, feito admirado pela comunidade até hoje.  Saúde? Era para quem tinha dinheiro. Comida? Recebíamos alimentos enviados pelos americanos pelo projeto USAID.
Inflação nas alturas. Muitos indo à falência, entre os quais meu pai. Ninguém tinha experiência em sobreviver num ambiente inflacionário. O País no caos, com greves, manifestações e a indisciplina incentivada nas Forças Armadas. Brasil indo célere para uma ditadura comunista.
Havia de escolher-se um lado: soviéticos/comunismo, ou americanos/capitalismo. O povo escolheu os valores ocidentais e foi deflagrada a contrarrevolução, tão bem sucedida que nem um tiro foi disparado.
Os militares nunca tiveram como propósito se perpetuar no poder, tanto que fizeram uma transição pacífica em 1985 e sem perder o prestígio junto aos brasileiros: permanecem com mais de 70% de aprovação em todas as pesquisas recentes.
A Argentina destruiu seu poder militar e agora quer discutir as Malvinas com a Inglaterra. Com que cartas vai negociar? Já o Chile dispõe das mais modernas Forças Armadas do continente. A História dirá com quem está a razão. 
A quem interessa, passados tantos anos, buscar este revanchismo a que estamos assistindo com "Comissão da Verdade Oficial"? Agressões a velhinhos, muitos deles, heróis da Segunda Guerra? O povo brasileiro quer ou precisa disso? E por que não aparecem vozes políticas de bom senso para colocar a discussão nos devidos termos?
Temos um embate assimétrico em curso: de um lado, partidos radicais de esquerda, com o amparo da mídia, e a conivência do governo, ao que parece; de outro, Instituições de Estado –as Forças Armadas, com mais de 70% de aprovação popular. Se as Forças Armadas reagirem, e isso pode acontecer, fatalmente teremos uma crise institucional. Ou, então, veremos, passivamente, uma campanha sistemática de desmoralização do poder militar brasileiro. Isto interessa ao Brasil ou é uma estratégia de poder de um grupo político?
Afinal, para que servem as Forças Armadas? Para garantir que cada brasileiro viva em paz em nossa terra, objetivo alcançado e que deve ser mantido. A paz, porém, poderá ser ameaçada se grupos radicais insistirem numa linha de confronto.
 
*Adenir Siqueira Viana é Major Brigadeiro do Ar da Reserva da Força Aérea Brasileira e professor nos Cursos de Logística e Ciências Aeronáutica da Universidade do Sul de Santa Catarina - UNISUL

segunda-feira, 16 de abril de 2012

ILAÇÃO DO DIA

Hoje, a caminho da escola levando meu guri, avistei um "out-door" contendo uma propaganda de igreja e dei uma bela "viajada" enquanto dirigia.

Pensei:
"O QUE HÁ DE MAIS IMPORTANTE PARA O HOMEM NESTE MUNDO É A CRENÇA EM DEUS E EM SUAS INFALÍVEIS E IMUTÁVEIS LEIS!"

Novamente, pensei:
"O QUE DE MAIS NEFASTO PARA O HOMEM NESTE MUNDO É A CRENÇA NAS RELIGIÕES CRIADAS PELOS PRÓPRIOS HOMENS!"

POR QUE O MIN ISTRO DA DEFESA PRECISA SER UM MILITAR

16/04 - Uma visão crítica da entrevista do Dr. Celso Amorim à Revista “ISTO É”
 Gen Marco Antonio Felício da Silva - 16/04 Qualquer militar com um mínimo de brio não poderá aceitar as afirmações do Dr. Celso Amorim, a maioria delas sem qualquer explicitação adicional, em recente entrevista concedida à revista “ISTO É” (abaixo, na íntegra), pois, sem sombra de qualquer dúvida, em suas colocações, infundadas, mostra, entre outros absurdos, os militares como incapazes de gerir os destinos das Forças Armadas, missão para a qual se prepararam por toda uma vida.
Se os militares não são capazes para tal, não o seria um homem que escolhe o populista e demagógico Lula como “o nosso guia” e aceita complacentemente as suas desastradas ações diplomáticas presidenciais quando, assessorado pelo trotskysta Marco Aurélio Garcia, colocou os interesses de aliados ideológicos e “amigos” acima dos próprios interesses nacionais.
Texto completo



As questões, entre outras, havidas com Argentina, Bolívia, Equador, Paraguai, Colômbia e Honduras, e soluções respectivas, foram notoriamente humilhantes para o Brasil, sem contar o fiasco das negociações referentes aos problemas palestino e iraniano e da reivindicação, sem amparo de poder militar a altura, à cadeira permanente do Conselho de Segurança da ONU.
O Dr. Amorim foi responsável, em 2007, pelo voto favorável à aprovação, na ONU, da Declaração Universal dos Direitos dos Povos Indígenas, repudiado durante anos pelo Itamaraty e considerado um absurdo pelos militares. Tal tratado fere a soberania nacional, pois, possibilita a declaração da independência administrativa, política, econômica e cultural das chamadas nações indígenas, que se tornariam países autônomos, com leis próprias. Nem mesmo as Forças Armadas brasileiras teriam o direito de entrar em seus territórios. Há que enfatizar, que o tratado foi rejeitado, ou assinado com ressalva, por vários países, entre eles Estados Unidos, Nova Zelândia, Austrália, Rússia e Argentina.
Embora, ainda não ratificado pelo Congresso, já há movimentos internacionais atuando sobre tribos brasileiras, insuflando-as a buscarem o “status” de nações. É uma situação delicada, em se tratando da Amazônia brasileira, área enorme e de difícil vigilância, ainda mais tendo em vista as carências materiais e financeiras das FFAA. Área com inúmeras reservas indígenas, sitiadas em cima de provincias minerais riquíssimas e estratégicas,  dominadas por ONG estrangeiras as quais não sofrem fiscalização adequada.
           Como representande do Brasil na ONU, o Dr. Celso Amorim empenhou-se nas discussões sobre o regime internacional de desarmamento e não-proliferação de armas nucleares. Participou ativamente da Comissão Canberra, iniciativa do governo da Austrália em 1995, que deu origem a relatório, em 1996, favorável a adoção de medidas na área do desarmamento e da não-proliferação nuclear. Logo em seguida, o Dr.Celso Amorim, perante a ONU, declarou a intenção do Brasil em aderir ao “Tratado de Não-Proliferação Nuclear” (1997), o que foi concretizado em 1998, no governo FHC. Este ato, pode ser considerado um crime de lesa-Pátria, pois, retirou do Brasil uma grande arma de barganha nas negociações internacionais e, ao mesmo tempo, privou o País, o que é confirmado por inúmeros trabalhos de pesquisadores internacionais na área da Ciência Política, da possibilidade de ser considerado uma potência, atual ou futura, pela falta do Poder Militar Nuclear. Assim, como o faz hoje, O Itamarty pratica política “soft power”, buscando respaldo em alianças, como a dos BRICS, a mais forte delas, pois, a exceção do Brasil, os demais países têm poder nuclear.          
Para bem compreendermos as respostas à entrevista em foco, é mister enfatizar o viés ideológico do Dr. Celso Amorim, embora isso esteja bastante claro pela sua atuação como Ministro das Relações Exteriores, no período de governo Lula, e como representante do Brasil na ONU.
Como adendo, em 1983, o diplomata foi demitido sumariamente da direção da Embrafilme, ao conceder financiamento para a produção do filme “Pra Frente Brasil”, que retratava negativamente a ação militar contra a subversão comunista, no período 1964/85 e, principalmente, durante o governo Médici.
Há a acrescer que o mesmo filiou-se ao PT em 2009.

Vamos começar a nossa análise crítica da entrevista a partir da última pergunta quando o Dr. Amorim responde que  “......Mas tem que ficar claro que os militares devem seguir a orientação do poder civil eleito.”
É preciso que se diga que não existe “poder civil eleito”. Isto é querer fraturar a sociedade brasileira entre civis e militares. É o senso comum modificado marxista-gramscista em ação. Existem poderes constituídos, Executivo, Legislativo e Judiciário, os quais podem ser ocupados por quaisquer cidadãos brasileiros, desde que preencham as condições requeridas, sejam eles civis ou militares.
Quanto à possibilidade dos militares da Ativa não comemorarem a data de 31 de Março, seguem eles as ordens de seus respectivos comandantes, respeitando a hierarquia e a disciplina, pilares básicos das Forças. Entretanto, ninguém poderá apagar de suas mentes e corações o que pensam e sentem a esse respeito.
Há que lembrar que os fundamentos espirituais e morais das Forças de hoje foram construídos pelas Forças de ontem. Os oficiais e graduados de hoje, foram os nossos alunos e comandados de ontem, alguns, ainda, recentes. Temos lá filhos, netos, sobrinhos e fortes laços de amizade e de respeito. O que preocupa fortemente é o que tal proibição acarreta de negativo para as lideranças atuais, em face do silêncio obsequioso acerca de feitos marcantes de nossos militares, como em 1935 e em 1964, livrando o País da ditadura marxista-leninista.

Em sua primeira resposta, afirma o Dr. Amorim : “Há uma clara percepção, por parte deles( militares), de que o fato de se ter um Ministro da Defesa civil ajuda para certos pleitos, como reajustes e reequipamento.” Se há essa percepção no alto escalão, ela convalida a existência de viés ideológico e até mesmo de revanchismo explícito por parte das autoridades governamentais em relação aos militares e, consequentemente, às Forças Armadas, o que, aliás, já havia sido dito, abertamente, pelo ex-Secretário de Assuntos Estratégicos, Mangabeira Unger, após tratativas, visando a melhoria dos orçamentos destinados ao Ministério da Defesa.
A afirmativa do Dr. Celso não é justificativa plausível para a existência de um ministro civil e deve ser repelida firmemente por quem de direito. Nenhum dos ministros civis correspondeu à assertiva acima. As Forças continuam sucateadas e os vencimentos, em média, são os mais baixos entre as carreiras de Estado e até mesmo abaixo dos pagos aos integrantes da PMDF, o que é inconstitucional. Lembro que é aviltante um salário família de 0,16 centavos, pago aos militares, ainda mais quando se trata de graduados, tenentes e capitães, cujos vencimentos não são compatíveis, principalmente, com as necessidades de quem tem filhos em idade escolar, em seus diversos níveis, e com os valores que pagam por aluguéis na ausência de próprios nacionais.
Ademais, independentemente de quem seja o Ministro da Defesa, compete ao Comandante em Chefe das Forças Armadas, responsável maior pela Segurança Nacional, o dever constitucional de prover os meios necessários para que tenhamos Forças Armadas com “Poder de Dissuasão” em um mundo pleno de conflitos de toda ordem. Há que enfatizar que o Brasil tem enormes riquezas que já se tornam escassas para outros países, incluso grandes potências, que nos olham com cobiça, dada a fraqueza de nosso Poder Militar.

Continua o Ministro : “Além disso, eles ( os militares) percebem que há uma consciência sobre o trabalho profissional das Forças, que também deve ser respeitado e valorizado. O civil não está aqui para politizar as Forças Armadas. Ao contrário, para assegurar a missão constitucional e o caráter profissional dos militares, como a defesa da pátria e a garantia da lei e da ordem.”Há que ressaltar, que a valorização e o respeito pelo trabalho profissional que os militares buscam, primordialmente, e os têm em alto grau, segundo pesquisas que se sucedem, são os que provêm da opinião pública, da Nação.
Se não é politizar as FFAA, impondo-lhes o silêncio sobre fato político ocorrido em passado recente, que examinado a luz da verdade incomoda e contradiz radicalmente o que muitos, que estão no atual governo, difundem, o que é então ?
Qual a razão da necessidade de um ministro civil para assegurar a missão constitucional e o caráter profissional dos militares? Essa é uma questão de valores e de sentimento de cumprimento do dever, principalmente, como servidores do Estado, em relação à Nação, real detentora da soberania nacional, cultivados e cultuados pelos militares durante a formação e por toda a carreira, isto é, anos a fio. Não será um civil, com outra formação, exercendo um cargo político temporário, que irá assegurar tais valores. O Dr. Amorim pronunciou frase de efeito, oriunda, nos parece, de quem tem o ego maior que o normal .

Em seguida, afirmou o Dr. Amorim : “Acho que a Comissão da Verdade é o epílogo da transição democrática. ..... É uma necessidade da sociedade em reconciliar-se com seu passado”..... “A verdade cura. Às vezes ela arde, mas cura.”Ora! O Dr. Celso viveu os anos 60, 70 e 80 e sabe muito bem qual é a verdade ( para os que não sabem, basta que se leia os jornais da época, em qualquer biblioteca). As organizações subversivas que adotaram a luta armada, traduzida pelas guerrilhas urbana e rural, tinham como objetivo principal a conquista do Poder e a implantação de uma ditadura do proletariado. Não tinham como foco a democracia, as liberdades individuais e nem tampouco os direitos humanos. Lançaram mão de todos os meios violentos: tortura, terrorismo seletivo e sistemático, assassinatos, inclusive de inocentes, sabotagem, seqüestros, justiçamento de companheiros, assaltos, etc... Por tal razão, foram combatidos e derrotados pelas forças de segurança do Estado. Se tivessem vencido, teríamos aqui, certamente, a exemplo de outros países comunistas, um verdadeiro banho de sangue e regime totalitário.
A transição democrática, negociada pelo governo da época, iniciou-se com a Lei da Anistia e terminou com o início do governo Sarney. A “Comissão da Verdade”, da forma que os perdedores de antanho querem que funcione, é apenas revanchismo inaceitável (os nomes pretensamente indicados, segundo a imprensa, o confirmam). É a validação da “nova estória” que narram e na qual se apresentam como os defensores da lei, da ordem, dos direitos humanos, da democracia, da justiça e de tudo aquilo que negaram pelas ações e atitudes que tomaram no passado. Os agentes da lei, então vigente, são considerados como  bandidos degenerados.
Os mortos havidos, é a verdade ardida para muitas famílias, de ambos os lados, conseqüência da insensatez e fanatismo ideológico de alguns tresloucados marxistas, de tendências diversas, que iniciaram a luta armada.

Diz, ainda, o Dr. Celso : “Posso dizer que o governo não vai tomar nenhuma iniciativa revanchista. Certamente, não teria nenhum cabimento e a lei não permite que se faça isso. É algo que foi pactuado.
...... Não vejo nenhuma razão para temer uma judicialização. A própria lei que estabelece a comissão reitera a Lei da Anistia.”
Até parece que o Dr. Celso vive no mundo da lua e crê em Papai Noel. Êle não vê as intenções e ações, com os objetivos de anular ou contornar a Lei da Anistia, por parte de membros do governo do qual faz parte, de organizações internacionais, da OAB, de procuradores e de juízes, dos partidos ditos “socialistas”, do MST, da Via Campezina, dos escrachos da juventude e outros mais, descritas pela mídia com total clareza. Veja o que ocorreu frente ao Clube Militar, no dia 29 de Março próximo passado. Violência, tentativa de intimidação e execração pública de militares da Reserva e reformados por parte de bandidos, acionados por militantes do partido do qual, também, o Dr. Celso faz parte e com uma enorme agravante: É o Ministro da Defesa !

Afirma o Dr. Celso a respeito do manifesto “Alerta à Nação” e possíveis punições :  “Deixei esse assunto a cargo dos comandantes... O mais importante é fazer com que eles vejam o inconveniente de certas posições, a que isso leva e relembrar certos deveres. Podem chamar de advertência regimental, mas não vou entrar nessa discussão.”O Dr. Celso deixou nas mãos dos comandantes um assunto mal encaminhado por ele próprio. Uma batata quente! Realmente, não tinha ele, como não tem, autoridade ou legitimidade para intervir no Clube Militar. E anunciar isso, que é a pura verdade, não traduz crime ou transgressão disciplinar. Não há como punir quem quer que seja, ainda mais oficiais da Reserva e reformados, amplamente amparados pela lei.  As conversas com os comandantes respectivos foram respeitosas e sem qualquer tipo de “advertência regimental” ou chamada para “deveres” não observados.
O Dr. Celso, mais uma vez, está redondamente equivocado!

À pergunta- “O sr. acha que essa insatisfação dentro da caserna é também alimentada pelas frequentes demandas salariais?”- o Dr. Celso respondeu que a questão salarial é importantíssima, acrescentando : “Não vou dizer quando ou de quanto será o reajuste, mas estamos trabalhando nisso.”É a mesma lenga-lenga do governo Lula. Aliás, este afirmou, na Colômbia, segundo o publicado: “Não tenho medo deles (os comandantes das Forças), viviam me enchendo o saco e eu os enrolava. Como cala boca, vez por outra, lhes concedia migalhas e por bom tempo ficavam quietos”.
Torna-se imperioso que o Ministro da Defesa saiba que a insatisfação é real!  Há inúmeros problemas derivados dos baixos salários. A evasão de quadros é grande. A carreira militar perde a atratividade para os jovens em uma sociedade cada vez mais consumista. Há famílias se desestruturando a cada transferência. A agravar, o Sistema de Saúde não atende a contento, pois, sofre grandes limitações em pessoal e em recursos financeiros.
Os baixos vencimentos em conjunto com o sucateamento das Forças é mistura que fere a dignidade e abate o elã militares. Creio que seja uma das formas, totalmente irresponsável para com a segurança da Nação, tendo em vista a tentativa de subjugação das Forças Armadas. 


Responde o Dr. Celso: “Quando se fala em orçamento, sabemos, obviamente, que não é satisfatório. Se compararmos, por exemplo, o orçamento da Defesa com nossas necessidades, com as necessidades de um país dos BRICs, que é a sexta economia do mundo, não é compatível. Temos que levar em conta muitos aspectos, como a dimensão do País, a vastidão do litoral e das fronteiras terrestres, os recursos naturais. Mas, se compararmos o orçamento deste ano com o do ano passado, está razoável.”A resposta do Dr. Celso, embora tente atenuar o problema em sua última afirmação, de forma totalmente incoerente, mostra, claramente, a situação insustentável das Forças Armadas em relação às suas missões constitucionais, no mundo de hoje.
 
Afirma o Dr. Celso: “A grande estratégia de Defesa do Brasil tem que incluir as Relações Exteriores. Creio que pode haver uma mudança de intensidade nesse sentido, especialmente na cooperação com a América do Sul. Este é um dos grandes eixos de trabalho para os próximos anos. Se para o mundo nossa política é mais de dissuasão, para a região é de cooperação.”
O Dr. Celso reconhece que Política Externa se faz com Diplomacia e Poder Militar, como o fazem as grandes potências. Entretanto, não poderemos falar em “Poder de Dissuasão”, em relação ao mundo desenvolvido, como diz o entrevistado, pelo menos sem ter a capacidade de desenvolver e fabricar, de imediato, armas nucleares, táticas ou estratégicas, e seus respectivos vetores de lançamento. Fora disso, não haverá dissuasão, principalmente, no que tange aos países com forças armadas nuclearizadas.
É preciso deixar claro que o objetivo maior é a defesa do País. Não temos, e nem precisamos ter, qualquer desejo expansionista.

A evolução do mundo e a difusão do conhecimento científico-tecnológico mostram a tendência, apesar do “Tratado de Não Proliferação”, de termos um número maior de países, cada vez mais, de posse de artefatos nucleares. Além dos USA, Rússia, Reino Unido e França, os possuem a China, a Índia, o Paquistão, Israel e a Coréia do Norte. A África do Sul é possuidora da tecnologia e chegou a desenvolver armas nucleares. O Iran, ao que tudo indica, encontra-se, a todo vapor, no caminho de obter o seu artefato nuclear. Bielorrússia, Cazaquistão e Ucrânia herdaram armas nucleares da antiga União Soviética. Há que ressaltar que todos esses países já possuem os vetores de lançamento respectivos adequados. Caso o Iran obtenha armamento nuclear, até mesmo por uma questão de equilíbrio estratégico regional, a Arábia Saudita, certamente, irá desenvolver o seu armamento próprio. Países como Alemanha e Japão, dentre outros, têm condições plenas para desenvolver, também, artefatos nucleares.

Recentemente, Henry Kissinger declarou, em breve entrevista, acerca da possibilidade de uma terceira guerra mundial : “Se você não ouve os tambores da guerra é porque é surdo”.
Estamos, como sempre, na contramão da História. Num mundo pleno de conflitos, afirmamos um pacifismo como a esconder nossas debilidades, esquecendo que nada mais atual, mesmo na era nuclear, a batida afirmação, porém, mais do que nunca verdadeira: “Se queres a paz, prepara-te para a guerra!”