segunda-feira, 27 de junho de 2011

Mudei para o Rio em 69.  Só então pude compreender a babaquice que é baiano torcendo por clubes do Rio de Janeiro.  
 
Não quero aqui falar dos preconceitos sofridos pelos nordestinos por lá, mas, tão-somente, dizer que pode-se passar a vida inteira procurando, que não vai achar,  um carioca torcendo por um clube de futebol que não seja da sua cidade. (Escrevi "cidade" porque carioca refere-se à cidade do Rio e não ao Estado, como muitos erroneamente pensam).
  
Como sempre gostei do bom futebol  -  e naqueles tempos o Rio praticava o bom futebol  -,  costumava ir a praticamente todos os jogos no Maracanã e em outros estádios.
  
Nos clássicos, não tinha preferência por esse ou aquele time.   Somente quando os chamados "grandes" jogavam com os "pequenos"  -  America, Bonsucesso, Olaria, Bangu, Campo Grande, Portuguesa, São Cristovão e Madureira  - eu tomava partido.  Torcia para os pequenos.
 
Entre os chamados "pequenos" da época, o clube que mais incomodava e tirava pontos dos "grandes" era o America.
 
O America (que deve ser escrito sem acento agudo) ganhou por 7 vezes o Campeonato Carioca.  Num tempo em que o Campeonato era Carioca de verdade!  Somente clubes do Rio participavam da disputa.  
 
Depois da "fusão", vieram os clubes fluminenses de diversas outras cidades  -  Campos, Nova Frigurgo, Cabo Frio, Volta Redonda, Rezende, etc.
 
Lembro-me que em 74 o America tinha um timaço. Contava em seu elenco com jogadores como Mareco, Antunes e Edu (irmãos de Zico), Ivo, Caio Cambalhota e Luisinho.
 
Em meados dos anos 70, aconteceu um fato pitoresco envolvendo o América e o Fluminense. O America tinha um jogador chamado Jeremias que era o carrasco do tricolor.  Jeremias entrava no final das partidas com o Fluminense e sempre decidia com um golzinho aos 45 do segundo tempo, dando a vitória ao America.  
 
Para acabar com a situação, a diretoria do Fluminense tomou uma atitude:  comprou o passe do Jeremias e o colocou em seu próprio banco de reservas.  Assim, não corria mais o risco de perder seus jogos com o America.
 
O mais ilustre entre os torcedores americanos -  Lamartine Babo  - foi o autor dos Hinos de vários clubes do Rio. Lamartine compôs os hinos de Flamengo, Botafogo, Vasco, Fluminense e... claro, America.  
 
Não por acaso, o Hino do America é considerado pelos críticos o mais bonito.
  
 
 
Mais bonito... entre os hinos dos times do Rio, claro...  No Brasil, o mais bonito é o do Esquadrão de Aço!

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