UMA DAS MELHORES MISSÕES RECEBIDAS DA MARINHA - Se não a melhor, uma das melhores missões que recebi da Marinha foi comandar o Posto Oceanográfico da Ilha de Trindade (POIT). Sai do Rio de Janeiro em 06 de agosto de 1998 a bordo do Navio de Apoio Oceanográfico Ary Rongel (H-44), chegando a Trindade no dia 09 do mesmo mês, tendo navegado 800 milhas em 3 dias de mar. Assumi o Comando do POIT em 11 de agosto. Após o cumprimento da missão de 120 dias, retornei ao Rio de Janeiro, saindo de Trindade em 07 de dezembro de 1998, a bordo do Navio de Salvamento Submarino Felinto Perry. Cheguei ao Rio em 10 de dezembro. Durante o período que passei em Trindade gravei 4 fitas de VHS com imagens fantásticas da Ilha, de sua vida marinha, das aves e de como os marinheiros e fuzileiros sobrevivem por 4 meses naquele local belo e ao mesmo tempo sinistro, por conta da solidão. As referidas fitas ainda não foram editadas. Assim que o fizer, estarei postando neste Blog. Quando dessas futuras postagens farei alguns comentários. Por enquanto, posso dizer que são duas as principais preocupações do Comandante. A primeira é a segurança física dos militares, em razão dos perigos que as altitudes da Ilha (formada por lava vulcânica) e o mar oferecem. Isso porque a evacuação de um ferido de Trindade exige o emprego de um navio rápido (normalmente uma Fragata) com um helicóptero, que deverá ser lançado no meio da viagem para recolher a vítima e voltar à Fragata para reabastecer e voltar para o Rio. Nenhum helicóptero tem autonomia para ir a Trindade e retornar sem reabastecimento. A segunda preocupação é evitar o "banzo" - espécie de depressão que às vezes se instala nos "poitianos". ___ Souza Neto - Capitão-de-Corveta (RM1)
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