O general do Exército Brasileiro, Comandante da Força de Paz no Haiti, levou em consideração a possibilidade de matar inocentes numa Operação Militar necessária para prender um grupo rebelde. Retardou a Operação o quanto pode, de forma a executá-la com as necessárias precauções, evitando a morte de civis inocentes.
Veja as reações do governo dos EUA a essas medidas preventivas do nosso General - AUGUSTO HELENO RIBEIRO PEREIRA.
WikiLeaks: EUA pediu cabeça de general brasileiro
Enviado por luisnassif, sex, 14/01/2011 - 10:07 Por MiriamLDa Folha
EUA pediram cabeça de general brasileiro, revela WikiLeaks
LUIS KAWAGUTI
DE SÃO PAULO
Despachos diplomáticos vazados pelo WikiLeaks revelam que os EUA pediram ao governo brasileiro, em 2005, a substituição do general brasileiro Augusto Heleno Ribeiro Pereira do comando militar da Minustah, a missão da ONU no Haiti.
O pedido era parte de uma tentativa americana de pressionar o Brasil para aumentar a violência contra rebeldes e gangues haitianas.
Em um dos textos, de maio de 2005, o então embaixador dos EUA no Brasil John Danilovich justifica a pressão argumentando uma expansão das ações de gangues, que estariam "perdendo o medo", e uma onda de sequestros em Porto Príncipe.
A pressão incluiu ainda a ameaça dos EUA de enviar tropas ao Haiti caso o Brasil não fosse "mais firme".
Em 2005, a Minustah havia vencido uma tropa de ex-militares e começava a combater guerrilheiros. A favela de Bel Air estava pacificada e a resistência migrava para a favela de Cité Soleil.
"Surgiu um novo líder de gangues, em Cité Soleil, que pretendia se transformar em um mito: Dread Wilmé. Daí a impaciência e o apelo da embaixada americana e outras por "operações robustas"", disse nesta quarta-feira à Folha o general Heleno, hoje no Departamento de Ciência e Tecnologia do Exército.
"O resultado de ações desse tipo, em uma área miserável, superpovoada, com milhares de crianças e mulheres pelas ruas, era imprevisível. Por isso, eu jamais cedi."
O general disse ter recebido apoio incondicional do Itamaraty, do Ministério da Defesa e do Exército.
"As pressões eram evidentes e aconteceram desde o início da missão, em 2004. Por isso, eu deixava bem claro que a agenda de operações era de minha exclusiva competência", disse.
A operação que resultou na morte de Wilmé só ocorreu em julho de 2005, quando a ONU obteve informações seguras sobre sua localização. A favela foi cercada e tropas especiais peruanas abordaram a gangue. Wilmé morreu no confronto junto com cerca de 40 rebeldes.
O general cumpriu normalmente seu mandato regular de cerca de um ano.
"Uma força de paz, na minha concepção, não poderia se comportar como uma força de ocupação. Resisti às pressões, na certeza de que a estratégia que traçara daria certo, desde que reuníssemos operações militares e ações humanitárias", disse.
A Folha e outras seis publicações têm acesso ao material antes da sua divulgação no site do WikiLeaks.
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