segunda-feira, 23 de maio de 2011

QUANTO VALE UM PROFESSOR?

Essa pergunta não é difícil de ser respondida.  Um professor, com nível superior, vale muito menos do que a maioria dos trabalhadores que tem somente o ensino médio, no mercado de trabalho brasileiro.  Estou me referindo e comparando salários.

Agora, o mais curioso é quando o salário do professor é comparado com algumas despesas que o Estado tem, em grande parte, pela falta da Educação da população.  Refiro-me aos prisioneiros sentenciados.  Um professor, com nível superior e 40 horas semanais, ganha em média R$1.200,00 (Hum mil e duzentos Reais); um sentenciado que esteja no sistema prisional brasileiro custa R$1.800,00 (Hum mil e oitocentos Reais).  E, como todos sabem, a Educação é um fator de diminuição da marginalidade e da violência.

O Brasil é a 7ª economia mais desenvolvida do planeta, mas, quando o assunto é Educação, fica nos últimos lugares.  No quadro, seus índices são muito parecidos com os da África.

Essa fragilidade na Educação já está prejudicando o crescimento econômico do Brasil, estimam alguns especialistas.  Nenhuma nação consegue crescer  -  mesmo com o potencial que temos  -  com uma taxa de menos de 14% de seus jovens concluindo o ensino médio e com uma população de 15 milhões de analfabetos.  Na nossa querida Bahia a taxa de analfabetos é a maior do Brasil:  17%, passando de 2 milhões em uma população total de cerca de 12 milhões e 600 mil pessoas.  Isso é quase o dobro da média nacional. Carregamos o malfadado e insólito troféu por termos 12% de todo o analfabetismo da nação.

Os países que possuem uma taxa de crescimento elevada e constante no mundo atual, mantêm maciços investimentos no setor educacional.  A China, por exemplo, para manter o crescimento atual, custeia a Educação de 80 mil estudantes chineses fazendo doutorado nos Estados Unidos.

Hoje, o Brasil precisa investir pelo menos 10% do PIB na Educação.  Está gastando somente cerca de 4,5%.  Isto não é nem a metade do necessário!

Nas universidades e faculdades observa-se uma diminuição cada vez maior daqueles que querem fazer os cursos de Licenciaturas para o Magistério.  Os salários não compensam.  Seria muito pior se conhecessem de perto as precárias condições de trabalho dos professores nas escolas públicas.

Não tarda e a Bahia terá mais um demissionário do magistério público!  Mais um desertor das fileiras do saber!  Um que, depois de 30 anos de serviços à Pátria, acalentou o sonho de contribuir com  a formação e a cidadania da juventude baiana!  Mas que, por conta do pouco caso, da desídia, do desleixo e da omissão dos governantes, está prestes a entregar os pontos!

Educar é verdadeiramente uma missão (quase)  impossível nesse gigante chamado Brasil!






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