Essa pergunta não é difícil de ser respondida. Um professor, com nível superior, vale muito menos do que a maioria dos trabalhadores que tem somente o ensino médio, no mercado de trabalho brasileiro. Estou me referindo e comparando salários.
Agora, o mais curioso é quando o salário do professor é comparado com algumas despesas que o Estado tem, em grande parte, pela falta da Educação da população. Refiro-me aos prisioneiros sentenciados. Um professor, com nível superior e 40 horas semanais, ganha em média R$1.200,00 (Hum mil e duzentos Reais); um sentenciado que esteja no sistema prisional brasileiro custa R$1.800,00 (Hum mil e oitocentos Reais). E, como todos sabem, a Educação é um fator de diminuição da marginalidade e da violência.
O Brasil é a 7ª economia mais desenvolvida do planeta, mas, quando o assunto é Educação, fica nos últimos lugares. No quadro, seus índices são muito parecidos com os da África.
Essa fragilidade na Educação já está prejudicando o crescimento econômico do Brasil, estimam alguns especialistas. Nenhuma nação consegue crescer - mesmo com o potencial que temos - com uma taxa de menos de 14% de seus jovens concluindo o ensino médio e com uma população de 15 milhões de analfabetos. Na nossa querida Bahia a taxa de analfabetos é a maior do Brasil: 17%, passando de 2 milhões em uma população total de cerca de 12 milhões e 600 mil pessoas. Isso é quase o dobro da média nacional. Carregamos o malfadado e insólito troféu por termos 12% de todo o analfabetismo da nação.
Os países que possuem uma taxa de crescimento elevada e constante no mundo atual, mantêm maciços investimentos no setor educacional. A China, por exemplo, para manter o crescimento atual, custeia a Educação de 80 mil estudantes chineses fazendo doutorado nos Estados Unidos.
Hoje, o Brasil precisa investir pelo menos 10% do PIB na Educação. Está gastando somente cerca de 4,5%. Isto não é nem a metade do necessário!
Nas universidades e faculdades observa-se uma diminuição cada vez maior daqueles que querem fazer os cursos de Licenciaturas para o Magistério. Os salários não compensam. Seria muito pior se conhecessem de perto as precárias condições de trabalho dos professores nas escolas públicas.
Não tarda e a Bahia terá mais um demissionário do magistério público! Mais um desertor das fileiras do saber! Um que, depois de 30 anos de serviços à Pátria, acalentou o sonho de contribuir com a formação e a cidadania da juventude baiana! Mas que, por conta do pouco caso, da desídia, do desleixo e da omissão dos governantes, está prestes a entregar os pontos!
Educar é verdadeiramente uma missão (quase) impossível nesse gigante chamado Brasil!
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