Na falta de coisa melhor neste fim de tarde domingueira, acabo de assistir o "baba" entre Cabofriense e Flamengo. Digo "na falta de coisa melhor" porque na condição de bahiano preferia ter a oportunidade de ver jogos de clubes da Bahia.
Não é por isso que estou esccrevendo "COISAS DO FUTEBOL". Encontrei motivação nas máximas defendidas pelos que se dizem entendidos sobre o esporte bretão de que "não existe lógica no futebol". E não tem mesmo! No intervalo da partida - quero dizer, do "baba" - o comentarista de arbitragem José Roberto Wright faz críticas ao árbitro rotulando-o de muito complacente com as entradas faltosas dos jogadores das duas equipes. Aproveita para ilustrar com o replay de uma falta cometida pelo Wanderley, centroavante do Flamengo, aos dois minutos do primeiro tempo. Nessa falta, Wright diz que Wanderley deveria ter sido excluído do jogo, portanto, com o árbitro mostrando-lhe cartão vermelho em lugar do amarelo, como fez. Ainda durante o comentário do intervalo, Wright (a Globo) mostra outro lance onde o jogador Wanderley recebe uma botinada de um jogador da Cabofriense. Mais uma vez o árbitro aplica o cartão amarelo no lance. No entanto, Wright afirma que a falta era pra cartão vermelho.
Aproveitando a controvérsia, digo ao Wright que, de acordo com sua análise anterior, o jogador da Cabofriense nada fez para que merecesse receber um cartão vermelho! Ora, o jogador simplesmente acertou um jogador que já não deveria estar mais em campo - o Wanderley. Um jogador que deveria ter sido expulso aos dois minutos do primeiro tempo, segundo sua própria análise (do Wright). Sem o Wanderley no campo, o jogador da Cabofriense teria dado uma botinada no vento, uma vez que Wanderley não mais estaria ocupando aquele espaço da botinada. E, convenhamos, uma botinada no vento não é falta, nem, tampouco, passível de punição com cartão amarelo - muito menos vermelho -, segundo as regras do esporte bretão.
Quero concordar com os "filósofos do futebol" que insistentemente afirmam não haver lógica num jogo de futebol. E a lógica dessa afirmação tem como premissa a ausência de premissas capazes de dar sustentação a um argumento lógico no futebol - qualquer que seja ele. Toda e qualquer tentativa nesse sentido dilui-se no ar, como éter.
É muito comum se ouvir dizer: "Se o árbitro tivesse marcado aquele penalty o jogo seria outro." Seria mesmo!? Se o penalty for convertido em gol, sim! Insistiriam alguns. Pois a partida teria um recomeço em outro ponto do campo - na linha central - e, a partir daí, as equipes certamente teriam posturas diferentes no decorrer do jogo. Afirmariam outros. Contudo, não se pode afirmar que a equipe que converteu a penalidade venceria o jogo. E eu digo: ainda que ocorra a perda da penalidade, o jogo não será mais o mesmo: o tempo já é outro, os ânimos dos jogadores mudaram em função da penalidade, o atleta que tenha perdido a cobrança tem seu estado psicológico alterado, o goleiro que tenha defendido ganhou mais confiança, etc. Portanto, não serei eu a querer encontrar sentido lógico no futebol. Não, não vou querer ser tachado de "babaca" ou "sabichão". No presente caso, vejo como exceção a cobrança e conversão do penalty depois de esgotado o tempo regulamentar, incluindo os acréscimos. Aí não tem mais jeito! O quê!? Eu disse isso!? E se a partida for anulada!? Afinal, há os casos interpretados como "erro de direito" que podem levar à anulação de uma partida e a marcação de novo confronto entre as equipes. O melhor mesmo é não dar opinião! E se der, ficar preparado para o contraditório. É por essas e outras que o futebol é um esporte apaixonante!
Correão - Cabo Frio |
Encerro com um questionamento: "Por que a Cabofriense está mandando seus jogos em Macaé ao invés de utilizar o Estádio Alair Corrêa (Correão) em Cabo Frio?" Com certeza não é por causa de público, uma vez que Cabo Frio é mais centralizada do que Macaé, em relação às demais cidades da Região dos Lagos.
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