quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

LAÇOS SÓRDIDOS: NEGÓCIOS ESCUSOS


LAÇOS SÓRDIDOS: NEGÓCIOS ESCUSOS

A autora de “Uma Demão de Verde: Os Laços entre Grupos Ambientais” a jornalista canadense Elaine Dewar oferece na realidade uma bem fundamentada denúncia. O tema é ambientalismo e ela é do meio. Não sendo um discurso engajado é um relato baseado em informações que inspiram credibilidade. Buscando realizar pesquisas de uma das mais importantes “nações” indígenas do Brasil, os Caiapós, suas primeiras presunções foram alteradas. Em vez de grupo carente de apoio de ONGs mantidas por órgãos internacionais, a repórter se deparou com uma “organização” solidamente evangelizada por modernas doutrinas comerciais de alcance mundial, explorando ouro e madeira da sua reserva. Descobriu que por aí passava uma “trilha de milhões e milhões de dólares, em um circuito que integrava agências governamentais, fundações e empresas privadas, organizações não-governamentais, e ativistas ambientais e indigenistas, que se empenhavam em influenciar as políticas públicas em três continentes”. A leitura de “Uma Demão de Verde” possibilita entender os meandros da construção da própria Constituição do Brasil pode ser fortemente manipulada por uma intrincada rede de poder que influenciou a sua própria redação. Na Constituição de 88 consta com clareza, que teriam de haver reservas onde ninguém pudesse entrar. Por trás das linhas dá muito bem para se acrescentar, a partir do texto da repórter canadense, a não ser quem tenha sintonia fina com interesses comuns de políticos-empresários, donos de ONGs e grupos nativos.Um exemplo citado pela autora é a ONG, Instituto de Pré-História, Antropologia e Ecologia (IPHAE), de propriedade de Wim Groeneveld,   sediada em Porto Velho-RO.  O texto-reportagem mostra convincentemente a rede intrincada que une com laços consistentes, o governo americano, canadense, inglês e japonês, e como estes mexem com ONGs, políticos, empresas como é o caso do Brascan, Vale do Rio Doce, Institutos, Fundações como a Chico Mendes e comunidades indígenas para a movimentação de milhões de dólares. Nada mais oportuno o conteúdo do livro “Uma Demão de Verde" para entender como os países ricos escrevem as políticas e as políticas públicas brasileiras e ostentam a fragilidade da exacerbadamente apregoada soberania nacional. Uma fantasia, um delírio. Tem razão Augusto Heleno, o general contestado, ao apontar a força dos espúrios "interesses" internacionais pela Amazônia. Da mesma forma em que o texto mostra exploração econômica da Amazônia por parte de ONG’s estrangeiras, ou brasileiras financiadas do exterior, inclusive por governos e multinacionais, á revelia ou contraditórias ao desenvolvimento do agro negócio brasileiro. Ficam evidentes os autênticos laços entre grupos ambientais, governos e grandes negócios". Ela relata a forma espúria de como foram conseguidos recursos para o encontro de 1989. Segundo ela, o histórico encontro de Altamira foi sustentado por negócios ilegais de ouro e madeira realizados pelos índios Caiapós, e não por sustentação externa como apregoado na época. O texto levanta muitas outras denúncias tendo o Brasil como espaço nuclear da trama que tem aspectos de literatura de suspense. Elaine Dewar por várias vezes, recebeu o Nacional Magazine Award, um dos mais prestigiosos prêmios jornalísticos do Canadá. Escreveu vários documentários, sendo que, com “Chimeras and Quests for Imortality”(2004) recebeu o Nereus Writers’s Trust Non-Fiction Prize, concedido anualmente á melhor obra de não-ficção de um autor canadense. Segue a linha do livro Máfia Verde: o  ambientalismo a serviço do “Governo Mundial”, publicado pela Executive Intelligence Review, a revista de  inteligência internacional fundada pelo economista estadunidense  Lyndon LaRouche. Bem como se vê, a agonia do planeta suscita o oportunismo das mega corporações e dos governos mundiais.
DEWAR, Elaine. Rio de Janeiro: Editora CAPAX DEI, 2007, 528 pp.


Mais sobre: UMA DEMÃO DE VERDE: OS LAÇOS ENTRE GRUPOS AMBIENTAIS.

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