sábado, 23 de abril de 2011

"SI VIS PACEM, PARA BELLUM"

"Se queres a paz, prepara-te para a guerra" 

A frase teria sido escrita pelo autor romano Publius Flavius Vegetius Renatus, no ano 390 da Era Cristã, em sua obra "Epitoma rei Militares". Nela, reside toda a essência que envolve a discussão sobre se investir ou não em Forças Armadas.

A frase pode ser traduzida como: "O Poder de dissuasão é fundamental para a Paz".   

Dissuadir significa convencer ou tentar convencer (alguém ou a si mesmo) à desistência, a mudar de idéia, a abdicar de uma decisão.  Em outras palavras: induzir alguém à desistência de uma idéia ou propósito.  No caso específico das Forças Armadas está a dissuasão da invasão de um país ou território; da invasão de uma determinada área territorial, quase sempre motivada por razões econômicas e/ou imperialistas. 

Estar preparado para a guerra a fim de garantir a paz tem o significado de dizer a um pretenso invasor que:

- o custo de sua decisão será elevado;

- se dispõe de um alto poder de resistência; 

- essa resistência pode ser feita por longo tempo; 

- se é capaz de provocar muitas baixas nas suas tropas, mais do que seria aceitável no seu plano; 

- se tem poder para uma contra-ofensiva, inclusive no território do invasor (aí reside a importância das armas nucleares de longo alcance). 

Isto levará o pretenso invasor a pensar "dez vezes" antes de colocar em prática seus propósitos imperialistas.

Este preâmbulo foi feito visando chamar a atenção para uma questão muito mais ampla e sensível relacionada aos interesses nacionais.

Não raro, ouvem-se questionamentos a respeito das nossas Forças Armadas.  Coloca-se em dúvida e necessidade de termos ou não Forças modernas e bem equipadas.  Em outras palavras dotadas de "Poder de Dissuasão".

Neste momento, o Brasil deixa de ser um mero coadjuvante no cenário mundial e assume o papel de protagonista no concerto das nações.  Mostra ao mundo o seu potencial de desenvolvimento, seja no setor industrial, agropecuário ou de exploração de suas riquezas naturais, colocando-se no "ranking" das grandes potências econômicas do Planeta.  Tudo isso desperta ainda mais a cobiça e o receio de perda de "status" por parte das grandes potências hegemônicas da economia mundial.

Recentemente, li um artigo comentando que a Presidente Dilma ficou incomodada com uma reportagem que "citou o fato de que há militares de alta patente com salários bem inferiores aos de porteiros do Senado Federal."

Afirma o artigo,  que "o  incômodo de Dilma tem fundamento. Segundo a reportagem,"há  disparidades constrangedoras. O que te deixado a Presidente mais irritada foi saber que o piloto do Santos-Dumont, o avião presidencial VC1A da FAB, ganha R$ 8,9 mil   de salário (deve ser Major), enquanto um Delegado da PF, na mesma função de piloto, recebe quase R$ 20 mil – mais que o dobro do colega.
"...supermáquina que vai custar a "bagatela" de mais de R$ 150 milhões estará sendo pilotada por oficiais que ganham em média R$ 5,5 mil por mês."
O artigo ainda faz uma análise sobre o Plano de Reaparelhamento das Forças Armadas, comentando especificamente o caso da compra de novos caças para a FAB. Diz:   "uma supermáquina que vai custar a "bagatela de mais de R$ 150  milhões estará sendo pilotada por oficiais que ganham em média R$ 5,5 mil por mês" (Tenentes).

A reportagem é encerrada com as seguintes considerações:
"Inegavelmente, a classe militar é muito mal paga. Há uma grande defasagem salarial ao confrontá-la com as demais carreiras do Executivo. E a disparidade é ainda maior se a comparação for feita com cargos afins no Legislativo ou no Judiciário. Seria de se esperar que, sendo carreira de Estado, houvesse equivalência salarial com os demais funcionários federais. Parece, pois, sensata a ideia da presidente.
Esta é uma decisão política do poder civil, que afeta diretamente o nível militar de garantia da soberania nacional. Bilhões de dólares gastos com aquisições de equipamentos caríssimos para defender o País poderiam ser inúteis sem antes recuperar a autoestima dos militares, que pode ser feito com uma remuneração justa aliada, então, à compra de equipamentos de qualidade."
Eu... vou concluir assim:  

Além de militar que dedicou 30 anos de sua vida, exclusivamente, a serviço da Pátria, sou professor do Magistério Público há 10 anos.  

Nada tenho contra os porteiros, mas não tem sentido um profissional desse receber um salário de R$ 9 mil por mês, enquanto um professor, em alguns estados, recebe menos de R$ 1 mil.

Souza Neto  -  23 de abril de 2011.


Um comentário:

Álvaro Vinícius de Souza Coêlho "Degas" disse...

É mesmo.
Professor, Policial e Médico deveriam ser sagradamente protegidos.
Inclusive, e principalmente, com seus salários.

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