sexta-feira, 29 de abril de 2011

RIQUEZAS DA AMAZÔNIA AZUL

Este artigo traz interessantes informações a respeito da nossa Zona Exclusiva Econômica (ZEE)  -, hoje denominada "Amazônia Azul".  Aproveito para destacar a importância de nossa soberania sobre ilhas oceânicas, em especial, Trindade.  Com a posse territorial de Trindade, as 12 milhas do Mar Territorial Brasileiro começam a ser medidas a partir da ilha, seguindo-se mais 200 milhas da ZEE, mar adentro, na direção do Continente Africano.

O artigo a seguir mostra a importância da participação da nossa Marinha nesse processo de mapeamento e exploração dos nossos recursos naturais no mar.  Com essa finalidade, a Marinha do Brasil abriga a SECIRM  -  Secretaria da Comissão Interministerial para os Recursos do Mar.
 
Leia o artigo escrito por "Brasil Econômico".

"Brasil se lança ao mar para explorar recursos minerais

Pré-sal atrai interesse internacional pela costa brasileira e país corre com R$ 150 mi para fincar bandeira sobre riquezas submarinas

Entre o Brasil e a África existe mais do que um oceano. Há potássio, ouro e diamante, entre outros minerais valiosos que exigem empenho tecnológico e conhecimento técnico para saber aproveitá-los. As riquezas submarinas da costa brasileira recebem, agora, os holofotes do cenário internacional após a descoberta do pré-sal, onde a Petrobras se prepara para extrair petróleo a uma profundidade de até 7mil metros.
"A consciência de que temos muitos recursos minerais no mar ganhou bastante visibilidade com o pré-sal. Está mais do que na hora de o Brasil dar ênfase a essa questão estratégica que é conhecer melhor a plataforma continental e a área internacional marítima", observa Thales de Queiroz Sampaio, da Secretaria de Geologia e Mineração do Ministério de Minas e Energia (MME).
Sampaio coordena o Programa de Avaliação da Potencialidade Mineral da Plataforma Continental (Remplac), que reserva R$ 150 milhões para aproximar Estado e universidades em torno do tema mineração submarina. "Vamos investir muito mais dinheiro nos próximos 20 anos do que podemos imaginar hoje", indica.
O aporte será para identificar a viabilidade econômica e traçar as linhas dos desafios técnicos de exploração, por exemplo, areia e cascalho para a indústria de construção civil — recursos encontrados em larga escala a uma profundidade média de 30 metros entre o Espírito Santo e o Maranhão. Já outros minerais mais valiosos como o diamante existente na costa baiana demandarão expertise tecnológica mais apurada, visto que estão a um quilômetro sob o nível do mar — área dominada pela Petrobras que pode ceder tecnologia.
O mesmo vale para o zircônio encontrado no litoral sul da Bahia — insumo caro e bastante empregado no revestimento de reatores nucleares. A ilmenita usada na construção de partes de aviões e naves espaciais também recebe atenção. Assim como, o calcário usado pelo setor químico e farmacêutico. Além do potássio que fabricantes de fertilizantes precisam importar para atender a demanda crescente de um país voltado para o agronegócio.
Os recursos estão em uma região com 4,5 milhões km², distribuída ao longo de 370 km da costa mar adentro — a chamada Zona Econômica Exclusiva (ZEE), ou Amazônia Azul. Parte do potencial submarino já foi mapeado pela Marinha, que equipou um navio para a missão com repasse de R$ 10 milhões cedidos pela Finep.
A embarcação recebeu um multifeixe, aparelho que faz o mapeamento do solo marinho (batimetria), identificando o que há no fundo do mar. "Existem recursos em solo marinhos além das 200 milhas náuticas (370 quilômetros da costa e estamos desenvolvendo atividades para essa área", adianta Carlos Roberto Leire, da Comissão Interministerial para os Recursos do Mar (Cirm) — órgão encabeçado pelo MME e Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT) que conta com a participação de 18 universidades federais e estais.
Instituto do mar
A Universidade Estadual Paulista (Unesp) é uma das parceiras que se prepara para começar as obras de um centro de pesquisa voltada para o oceano, o Núcleo de Estudos Avançados do Mar, em São Vicente (SP).
O local será formado prédio e galpões nos quais pesquisadores em nível de mestrado e doutorado deverão produzir conteúdo, entre outros temas, sobre geologia marinha. "O objetivo é ter uma forte formação de recursos humanos para difusão de conhecimento técnico", diz a pró-reitora de pesquisa, Maria José Giannini.
O instituto terá parcerias com empresas para aproveitar profissionais e pesquisas. "Queremos uma forte interlocução com a iniciativa privada."
O centro recebe R$ 25 milhões do MCT para equipamentos. Outro aporte de até R$ 7 milhões será aplicado até 2012 pela Unesp na construção do complexo de 10 mil m².
"A ocupação de áreas fora dos domínios brasileiros, a Amazônia Azul, é prioridade para a Marinha. O temor é ter como vizinho, às portas do país, nações como China"
"Tecnologia é entrave, tanto que a Marinha alugou por US$ 560 mil uma embarcação para coletar material em uma cordilheira rica em zinco, cobre, ouro e prata na Região Sul. As amostras servirão de base para registrar como território brasileiro a montanha submarina a 1,4 mil km de profundidade"

Fonte: Brasil Econômico - SP

Nenhum comentário:

Postar um comentário

A legislação brasileira prevê a possibilidade de se responsabilizar o blogueiro pelo conteúdo do blog, inclusive quanto a comentários; portanto, não serão publicados comentários que firam a lei e a ética.