Maria
Maria vai à feira, pra comprar o quê!?
Maria vai com as outras, Maria sem vontade.
Maria não acredita, já não há verdade!
Maria ainda vive, mas viver pra quê!?
Maria vitimada pela falta de Deus no homem.
Maria carpideira, chora, teu filho tem fome.
Maria vai à rua, perambula, olha a vitrine.
Maria desvalida, excluída, aura sublime.
Maria sofrida, Maria aflita, Maria de dores,
Maria sem socorro, sem ajuda, sem flores.
Maria que chora, inconsolada carpideira,
Maria sem eira, Maria de Canavieiras.
Ilumina, ó Aparecida, Santa Maria!
Olhai a sofrida, desvalida, excluída Maria!
Ó Esplendorosa Virgem Mãe, Ave Maria!
Tem dó dos rebentos da pobre terrena Maria!
Maria madrugada, nas primeiras horas de pé;
Maria indaga, desolada: “...e agora, que será o café?”
Maria sem despensa, sem crença, nada no bolso;
Maria de novo pensa: “...Deus, que será o almoço?”
Andrajosa vestida, raia o dia, rota Maria;
Vielas e guetos, vagueia, anda, roda Maria.
Angelical e pura, desventurada, bendita Maria.
Bondosa ternura, no coração, palpita Maria.
Vítima da indecência da “elite”, que insiste,
Na ganância impensada, persiste e seduz;
Valorosa Maria, morre, mas não desiste...!
No coração do Pai, é eterna Divina Luz!
(Souza Neto (novembro de 2003)
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