Embora distantes no tempo, o que teriam em comum esses dois estilos musicais? Alguns dirão: NADA! Eu digo: TUDO! Ambos representaram uma espécie de suporte "cultural" que favoreceu regimes ditatoriais.
A Jovem Guarda com suas letras melosas, conformistas e alienantes, era tudo que o regime militar da época podia desejar para arrefecer os ânimos da juventude. Enquanto o Axé, música que nada diz, ou melhor, que só diz bobagens, era tudo que poderia desejar a ditadura implantada na Bahia pelos governos carlistas.
Vou tentar resumir numa frase: "A Jovem Guarda foi para a ditadura militar no Brasil o que o Axé foi para a ditadura carlista na Bahia!"
Em contraponto à Jovem Guarda vieram as composições de Geraldo Vandré, Zé Geraldo, Milton Nascimento, Chico Buarque, Zé Ramalho, Gilberto Gil e Caetano Veloso. Os dois últimos são bahianos, mas o movimento por eles criado não surgiu na Bahia. Nem poderia. Gil e Caetano já haviam bebido de outras águas quando decidiram se insurgirem contra o poder bruto com o movimento Tropicália.
Para relembrar um pouco desses artistas, fui buscar na Web vídeos de músicas que marcaram aquela época.
Aqui na Bahia, não obstante as mudanças políticas dos últimos anos, a nossa música continua no fundo do poço. E o buraco é tão profundo que artístas de talento e renomados estão aderindo ao lugar-comum e à fuleiragem.
Hoje, só se é possível ouvir por aqui bobagens como o axé, o arrocha e a "nova" música serteneja. Este último estilo musical foi, nos últimos anos, "assassinado" por duplas "caipiras" que vivem gritando letras imbecis e preconceituosas pra tudo que é lado.
Isso tem feito uma enorme diferença no nível de criticidade e discernimento de um jovem bahiano em comparação com outro do Sudeste.
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