terça-feira, 1 de novembro de 2011

A PROTEÇÃO AMBIENTAL EXIGE A REDUÇÃO DO EXTRATIVISMO


Tem gente vivendo século XXI com a cabeça no início do século passado.

A mudança de paradigmas no tocante a conservação do meio ambiente é assunto de extrema importância. Entretanto, não passa por um retorno e muito menos um estacionamento no tempo para ficar assistindo a rápida passagem do “vagão” da tecnologia sem nele embarcar.

Essa mudança inclui uma questão fundamental relacionada ao extrativismo. Quanto menor a necessidade de sobrevivência pelo extrativismo, maiores serão as possibilidades de preservação dos recursos naturais. Muito especialmente os vivos. 

A chegada do Complexo Intermodal Porto Sul e da ZPE – em combinação com a recente inauguração do Gasene – são vetores para o desenvolvimento que trarão  extraordinárias oportunidades para a redução do extrativismo e da melhoria da condição de vida de muitas famílias.

Caranguejos, guaiamus, aratus, ostras, sururus e lambretas, são espécies cuja preservação se vê ameaçada pela sobrepesca em todo o litoral de nossa Região por conta da manutenção e até do aumento da atividade extrativista, como modo de subsistência.

Uma grande lição foi o ocorrido na cidade de Canavieiras, – antes considerada a “capital do caranguejo”  -, onde essa espécie de crustáceo vem tendo o seu tamanho reduzido ao ponto de, nos dias atuais, ter ficado difícil encontrar exemplares com cinco centímetros de carapaça – tamanho mínimo legalmente autorizado para captura e comercialização pelos órgãos de controle.

Canavieiras trocou o desenvolvimento econômico – cinco hotéis e resorts que estavam para ser construídos no município em 2007 – pelo extrativismo quando optou por transformar mais de 100.000 hectares de áreas litorâneas numa Reserva Extrativista (ResEx).

Sem as possibilidades de novos empregos proporcionados pelos equipamentos turísticos que foram rechaçados pela ResEx, ocorreu o aumento da necessidade das famílias sobreviverem, cada dia mais, dos recursos naturais – em especial crustáceos e peixes –, o que impôs um impacto negativo cada dia mais prejudicial aos ecossistemas fluvial, lacustre e de mangues daquele município.

Há cerca de três anos, estimativas feitas pelos órgãos ambientais, contabilizavam a captura de mais de 200.000 (duzentos mil) caranguejos/mês, o que corresponde a 2.400.000 (dois milhões e quatrocentos mil) caranguejos/ano.

Essa contabilização só incluiu os animais que saem de Canavieiras para diversas outras cidades da Bahia e até de outros Estados. Os indivíduos (caranguejos) capturados para a venda interna e a confecção de “catado” não entraram na conta.

Espero que a população de Ilhéus não permita que o mesmo venha a ocorrer em sua cidade.

Para isso, faz-se necessário que o povo ilheense não titubeie quando da decisão e do apoio aos novos empreendimentos que estão por vir. 

Faz-se necessária e urgente a união do povo ilheense no combate às tentativas de impedimento promovidas por profissionais do ambientalismo, baseadas em argumentos falaciosos.

Os profissionais do ambientalismo são pessoas que sobrevivem a soldo de grupos estrangeiros e nacionais e só enxergam os seus próprios interesses, que são os mesmos dos grupos que representam e defendem. 

São pessoas sem compromisso com a sociedade local, que, de forma cínica e despudorada, "usam" os mais humildes e menos esclarecidos como massa de manobra. 

É o que tenho observado nas recentes audiências públicas realizadas na cidade de Ilhéus.

Deve-se ressaltar que todo empreendimento humano é impactante. Por isso, em suas avaliações e estudos, é preciso levar em conta diversos aspectos, entre os quais a de Custo x Benefício.

Basta que os empreendimentos do Complexo Intermodal (Ferrovia e Porto), como vetores de desenvolvimento, sejam capazes de reduzir as atividades extrativistas, que já trará em seu bojo um Benefício superior aos Custos Ambientais, Sociais e Econômicos que possam advir de sua implantação.

A tiração de caranguejos e mariscos dos manguezais é meio de subsistência para populações tradicionais e litorâneas sem emprego fixo e sem alternativas para sí e seus descendentes.

O manejo dessas espécies, além de insalubre, impõe condições de trabalho e qualidade de vida degradantes.
Diga sim ao Porto Sul, contribua para a melhoria da qualidade de vida dos ilheenses, reduza o extrativismo dos recursos naturais vivos e ajude a preservar a Natureza! 

Porto Sul, já!


Souza Neto
 

Um comentário:

neide disse...

Não consigo ler os seus textos por causa da cor forte,muita poluição visual,esse azul me encomoda,ou o problema deve ser meu.

Postar um comentário

A legislação brasileira prevê a possibilidade de se responsabilizar o blogueiro pelo conteúdo do blog, inclusive quanto a comentários; portanto, não serão publicados comentários que firam a lei e a ética.