sábado, 14 de janeiro de 2012

A PREGUIÇA NOSSA DE TODOS OS DIAS!

Oi gente!
De vez em quando leio em algum lugar a tentativa inócua e esfarrapada de se contrapor à "tese" de que nós bahianos somos preguiçosos.  

Ora, preguiçosos existem em todos os lugares desse Planeta! Concordo. Mas, em se tratando de Brasil, nós (bahianos) somos imbatíveis quando o assunto é PREGUIÇA!

Até já pensei em escrever um livro sobre essa danada que vive nos nossos cangotes.  Mais, pensei... pensei... Pensei um pouco mais  -  o que não é normal em mim  -, e decidi que não vou escrever porra nenhuma!  Escrever dá trabalho!  Dá ou não dá!? 

Fico aqui imaginando o pobre coitado do Jorge Amado, dia e noite premindo o teclado de sua velha Olivetti pra escrever os contos dos coroné dessa Terra!  Além de corajoso e imaginativo, Amado conseguia dar uma espanada na velha preguiça.

Quando afirmo que não vou escrever mais o tal livro é porque não vou ter tempo! 

Esta semana que está terminando, joguei quatro babas com os amigos; no próximo fim de semana deverei ir a Canavieiras rever amigos e jogar mais futebol, claro! 

Ainda por cima, preciso arranjar tempo pra beber umas biritas, um uisquinho com gelo de água de côco, ficar um pouco sob o sol, torrando.  Nas horas de folga, quando não estiver fazendo nada, (nada do que está aí em cima!) vou dar uma durmidinha pra descansar!  

Ninguém é de ferro! Nasci na Bahia, cara!

Com todo esse "trabalho" que preciso fazer, ainda tenho que dar atenção à minha bahianinha em casa: assistir ela fazendo streep (tease) ao som de uma musiquinha de axé ou arrocha.  Inda vou ter que arrumar um tempinho para ver as bahianinhas alheias (aqui se diz "dos outros") sentando na boquinha da garrafa ou quicando na latinha. 

Ufa! Já ficando cansado véi! É de tanto pensar e escrever!

dizendo aqui que tava pensando (vixe!) em escrever um livro porque desisti da idéia. Se não tivesse desistido não iria dizer porra nenhuma! O que mais tem por aí é bahiano preguiçoso que vive tentando descobrir o que os outros tão pensando pra roubar a idéia. 

Os priguiçoso rouba inté idéia! Vixe!

Como não mais preocupado por ninguém roubar essa idéia trabalhosa de escrever o tal livro sobre a preguiça da baianada, vou até citar alguns casinhos que comprovam a nossa preguicinha de todos os dias.

PREGUIÇA DE SUBIR ESCADAS

Um conhecido comerciante de Canavieiras resolveu aproveitar a sobreloja do "supermercado" pra ampliar o estabelecimento. 

Concluída a obra, colocou na sobreloja os produtos de camping, praia, eletrodomésticos e outros não-comestíveis. Estranhamente, todas as vezes que eu subia àquele piso, ele estava praticamente vazio. Decorridos alguns meses, o comerciante fechou a sobreloja e colocou todos os produtos no térreo.

Perguntei:  "Fechou a parte superior por quê?"  

Ele respondeu: "Bahiano tem preguiça de subir escada até pra receber dinheiro, imagina pra comprar alguma coisa!"

É que o acesso à sobreloja era por uma escada "pedante"; se fosse rolante teria acontecido o mesmo que vem ocorrendo na loja Riachuelo, do Shoping Jequitibá: tem até fila pra os nativos que querem "andar" de escada rolante pela primeira vez! Outro dia, quando não achei vaga embaixo e tive que estacionar o carro em cima, tinha uma meninada fazendo festa com a subida e a descida da escada rolante!  Nos caixas da loja, Chuelo Ria de tristeza com o "paradeiro".  Movimento só mesmo na escada rolante. Se fosse dono da loja cobrava uma "taxa-escada"!

PREGUIÇA DE ATRAVESSAR A RUA

Isso acontece muito nas cidades menores da região e nos bairros não centrais de Itabuna e/ou Ilhéus.

O sujeito vem com o carro pela rua... vai dirigindo normalmente, pelo lado da mão... Mas, o lugar de destino, onde irá parar, fica no lado oposto. Isto é, na contramão! Aí, o cara faz uma "baianada": leva o carro para a contramão e estaciona ao lado do meio-fio.  Do meio-fio do lado que vai descer, lógico!  Já sai do carro pisando na calçada vizinha ao endereço de destino.   

Pra que atravessar a rua!? Isso dá um trabalho danado pra quem é preguiçoso!  Melhor correr o risco de se envolver num acidente com outro carro, de dar uma "atropeladinha" num pedestre...  Tudo em nome da senhora preguiça!

Não, não vou falar quantos minutos o bahiano leva pra colocar a primeira marcha depois que o sinal fica verde!

Também não vou dizer que a baianada tem preguiça de ligar a seta de luz de posição quando pretende dobrar à direita, e,  com isso, outro carro que está no cruzamento à frente (do lado direito) deixa de se movimentar e sair, por conta desse pequeno ato preguiçoso.

Ciclista por o pé no chão e esperar pra dobrar à esquerda no cruzamento...!  Ôxe! Nem pensar! Tá "doidio"! Enfia-se com o veículo pela contramão entre os carros e o meio-fio "adversário" e se pica! 

Aí em cima, em algum lugar do texto (tô com uma preguiça retada de contar as linhas e os parágrafos pra facilitar), escrevi "vixe" e "ôxe". "Vixe" e "Ôxe" são dois exemplos verbais da nossa preguiça. Já pensou falar "Virgem Maria!" ou mesmo "Ó gente...!".  Ao longo do tempo os termos foram se contraindo: de Virgem Maria para Virgem; de Virgem para Vixe; e, agora, de Vixe para IxeÓ gente passou pra Óxente; agora é Ôxe.  Pra que dizer o nome todo se todo mundo entende,

Veja que comecei essa prosa com o vocativo "Oi gente!".  Imagina o tempo que ia levar e as letras que ia gastar pra escrever "Olá amigos leitores deste blogue!"

E viva a preguiça!

Souza Neto

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