segunda-feira, 14 de novembro de 2011

QUEIMANDO GORDURAS

Cumprindo promessa feita no último artigo intitulado "DICA DE SAÚDE", vou tentar explicar o processo metabólico de "queima" (degradação) das gorduras armazenadas para produção de energia.
  
Começo dizendo que é preciso fazer uma inversão do processo de Lipogênese para Lipólise.
    
Como!?
   
Calma gente! Vou destrinchar!

Quando uma pessoa ingere (come) carboidratos - nutriente contido nos cereais, massas, frutas, etc.  - estes são transformados em Glicose. A Glicose vai para a corrente sanguínea. Por intermédio da corrente sanguínea penetra as células, onde será "queimada" para gerar energia. 



Toda vez que a quantidade de Glicose ultrapassa o limite necessário à produção de energia que o corpo exige, o excesso é levado para o Fígado. No Fígado, a Glicose é armazenada sob a forma de Glicogênio.
 
Quando esse armazenamento no Fígado ultrapassa o limite que esse órgão pode suportar  -  e não é requisitada para a produção de energia  -, o Glicogênio é "quebrado" (glicogenólise hepática) e esse excedente é eliminado na corrente sanguínea, aumentando a concentração de Ácidos Graxos no sangue.

O excesso de Ácidos Graxos no sangue é removido pela pele, onde ficam armazenados sob a forma de gordura, no interior dos adipócitos.


Esse processo vai resultar em ganho de peso, cuja continuidade levará à obesidade.

A esse processo se dá o nome de Lipogênese. Isto é, a síntese de Ácidos Graxos e Triglicérides que são armazenados inicialmente no Fígado e depois no tecido adiposo (subcutâneo).  

Acima, eu disse que esse processo precisa ser invertido. A Lipólise nada mais é que o contrário do processo anterior.

Primeiro é necessário fazer com que o sangue fique com uma concentração de Glicose abaixo do normal.  Isso se dá pela "queima" da Glicose disponível durante exercícios físicos ou atividade laboral equivalente.

Nessa situação, o sangue começa a receber Glicose do Fígado, resultante da quebra do Glicogênio.


Para manter o nível de Glicogênio estável, a fim de atender a demanda que está sendo imposta, o Fígado inicia a remoção dos Ácidos Graxos que estão no sangue para transformá-los em Glicogênio.

Ao ter os Ácidos Graxos removidos pelo Fígado, o sangue chega até as camadas de gorduras armazenadas nos adipócitos para mobilizá-las. Degradadas, as gorduras são carregadas pelo sangue sob a forma de Ácidos Graxos.  Que, por sua vez, são requisitados pelo Fígado para serem tranformados em mais Glicogênio. 

Esse processo irá durar enquanto as exigências energéticas do organismo forem altas e não houver mais Glicose disponível.

Observe-se que para começar a quebrar o Glicogênio e posteriormente requisitar as gorduras armazenadas, foi preciso o esgotamento total da Glicose. Esse esgotamento (deficit) é que vai fazer o com que o organismo comece a metabolizar as gorduras. Esse processo é conhecido por Lipólise. Isto é, a degradção de Lipídios em Ácidos Graxos e Glicerol para serem usados como combustível na geração de energia.

Em ambos os processos ocorre a atuação de determinados hormônios, cuja ausência de citação não prejudicam os entendimento.

Logo, a ingestão calórica e o gasto energético, são os principais fatores que incluenciam a Lipogênese e a Lipólise.

Os estudos indicam que, para queimar um quilograma de gorduras é preciso um deficit de 7.000 calorias. O defícit de calorias só acontece quando o gasto energético é maior do que o absorvido com a ingestão dos alimentos.


Peguemos como exemplo alguém que pratica um treino diário que produz um deficit de 700 calorias. Ao final de 10 dias de treino terá queimado 1 quilograma de gorduras.

É bom lembrar que queimar 1 quilo de gorduras não é o mesmo que perder 1 quilo do peso corporal total.

Sobre isso eu escrevo em outra oportunidade.

J. A. Souza Neto  -  Professor de Educação Física

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