segunda-feira, 31 de outubro de 2011

DICA DE SAÚDE



"Superfeliz!  É assim que estou me sentindo. Perdi "x" quilos por semana, tomando..."
Com bastante frequência, estamos lendo, ouvindo e assistindo tais depoimentos em revistas, no rádio, na TV e na Internet.

Tem sido grande o número de pessoas que recorrem aos moderadores de apetite, produtos que dificultam a absorção de gorduras, substâncias de aplicação externa e drogas injetáveis (fosfatidilcolina), dentre outros.

Nessa análise (e recomendação) nem vou entrar no mérito do risco de intoxicações pelo uso indiscriminado desses produtos (não é minha área), mas, tão-somente, comentar sobre o "emagrecimento" que eles proporcionam. Mesmo aqueles de comercialização autorizada pela ANVISA.

Vou começar dizendo que a maioria deles ajudam na perda de peso, mas muito pouco no emagrecimento.  Emagrecer e perder peso são coisas diferentes. Pode-se emagrecer sem perder peso, bem como, perder peso sem emagrecer.

É fácil de entender!

Visando facilitar, tomemos como exemplo alguém que que foi submetido a uma avaliação antropométrica, qualquer que seja o protocolo empregado,  -  mensuração de dobras cutâneas, bioimpedância ou até mesmo o IMC (pouco válido), etc.

Tal avaliação indicou que o indivíduo está com um sobrepeso de cinco (5) quilogramas totais. Entretanto, conforme seus índices de massa corporal, a recomendação é eliminar dez (10) quilos de gordura e ganhar cinco (5) quilos em massa magra, culminando com a perda dos cinco (5) quilos totais.

Ora, não há fármaco ou qualquer produto natural que, simplesmente por ingestão, seja capaz de fazer tal "milagre"!  Os produtos que estão aí no mercado conseguirão baixar o peso desse indivíduo em cinco (5) quilos e até mais!  No entanto, não transformará parte do tecido adiposo em massa magra (músculos), o que somente os exercícios físicos poderão fazer.

No presente caso, outros efeitos indesejáveis poderão advir.  Se a ingestão ou aplicação do produto for combinada com uma dieta inadequada, poderá ocorrer também a perda de massa magra.  
Esta poderá estar sendo "queimada" para produzir energia na ausência da glicose.  O paciente aí em cima  -  que identificamos como indivíduo  - antes se assemelhava a um saco de batatas cheio; e continua sendo o mesmo saco, agora vazio. 
Nessa situação, o que mais vai sobressair aos olhos é a flacidez músculo-esquelética dessa pessoa.  Sem contar que, como não houve o ganho de massa magra, o retorno das gorduras a esses "espaços"  - que deveriam estar sendo ocupados pelos músculos  -, é uma questão de tempo.  Temos aí o que se convencionou chamar "efeito sanfona".

Ainda, levando em consideração o indivíduo que usamos como exemplo, certamente uma avaliação por Bioimpedância indicaria uma deficiência de líquidos (água) na sua composição corporal.  Líquido esse que só seria possível aumentar (e reter no organismo) com a tansformação de parte das gorduras em massa magra (músculos).  Escrevo "músculos" entre parênteses porque massa corporal magra inclui músculos, ossos, vísceras, água, sangue e tudo mais que não seja massa corporal gorda, inclusive excrementos. E a água representa cerca de 50% da massa magra.

Enfim, vou repetir:  
NÃO HÁ FÁRMACO OU PRODUTO NATURAL NO MERCADO CAPAZ DE FAZER ESSA PROEZA!

Logo, em primeiro plano, deve-se considerar a saúde. E a melhor maneira de se obter um corpo saudável e bonito continua sendo a combinação de educação alimentar com exercícios físicos apropriados e bem orientados.

Não utilize medicamentos para emagrecer e só busque procedimentos clínicos para melhorar a estética em casos extremos.

Nas Academias, procure sempre a orientação do profissional de Educação de Física com curso superior  -  Bacharelado ou Licenciatura.

J. A. Souza Neto  -  Licenciado em Educação Física pela Escola de Educação Física da Marinha - Rio de Janeiro/RJ.
Registro SEED/MEC-RJ nº 7.522.
Professor-Regente de Educação Física no Colégio da Polícia Militar de Ilhéus. 
  

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