ÁGATA 4
Operação já vistoriou 7,5 mil veículos e prendeu 11 garimpeiros em Roraima
O balanço foi apresentado à Folha pelo general José Luiz Jaborandy
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EVILENE PAIXÃO
Ontem completou 12 dias da Operação Ágata 4 na região Norte. O
comandante da 1ª Brigada de Infantaria de Selva, general José Luiz
Jaborandy, fez um balanço das atividades realizadas no Estado, que teve
como principais êxitos a desativação de um ponto de garimpo ilegal e a
destruição de uma pista clandestina de pouso e decolagem na terra
Yanomami.
Segundo o general, mais de 7.500 veículos entre motos, carros e
caminhões foram vistoriados em toda área de fronteira de Roraima, entre
as principais estão a terra indígena Yanomami, Raposa Serra do Sol, as
comunidades às margens da BR-174 e ainda na região sudeste, que comporta
a BR-210. Nessa última região, a Operação identificou um grande
desmatamento pela ação de extração de madeiras.
Já foram percorridos mais de seis mil quilômetros de rios e 25 mil km de
rodovias, estradas e vicinais. Doze embarcações foram apreendidas junto
com 11 materiais entre motores, balsas e geradores e ainda 11 pessoas
foram presas praticando atividades em garimpos ilegais
Além de realizar ações repressivas, a Operação também realiza
atendimentos de saúde em Ações Cívicos Sociais. Foram 1.600 atendimentos
odontológicos, 1.900 atendimentos médicos e quase quatro mil
medicamentos distribuídos para as populações de fronteiras. “Um balanço
bastante positivo, com números expressivos. Vamos continuar a atuar
nesses últimos dias dando prosseguimento à missão”, disse o general.
Para finalizar, o vice-presidente da República, Michel Temer (PMDB),
estará em Boa Vista hoje, para acompanhar de perto as ações que estão
sendo realizadas pela Operação Ágata 4, deflagrada na semana passada na
Amazônia pelas Forças Armadas e prevista para encerrar na quinta-feira,
17.
Amanhã, 15, Temer segue para a região de Surucucu, na terra indígena
Yanomami, onde assistirá à destruição de uma pista clandestina de
garimpo, identificada pelos militares da Operação Ágata. Parte de sua
comitiva seguirá para o Bonfim, onde acompanhará atividades da operação,
como atendimentos de saúde das Ações Cívicos Sociais. “O
vice-presidente terá a oportunidade de conhecer a realidade das terras
indígenas em Roraima. Vamos realizar mais uma destruição de pista
clandestina, dessa vez será a pista do garimpo do Fernando, na região
Yanomami, próximo ao rio Mucajaí”.
A Operação Ágata 4 é realizada pelas Forças Armadas com apoio de órgãos
federais e estaduais nos cinco mil quilômetros de faixa de fronteira
seca com a Venezuela, Suriname, Guiana Francesa e Guiana. A ação conta
com 8.700 militares. Estão sendo empregados 11 navios, nove helicópteros
e 27 aviões.
Bombardeio destruiu pista clandestina na terra Yanomami
Os dois caças A-29 Super Tucano dispararam quatro bombas para destruição
da pista, que chegou a abrir crateras de aproximadamente 10 metros de
diâmetro de largura e três metros de profundidade
No sábado à tarde, dois caças Super Tucano da Força Aérea Brasileira
(FAB) destruíram uma pista clandestina de pouso na terra Yanomami, a
mais de 200 quilômetros de Boa Vista, próximo ao rio Catrimani. A missão
foi realizada durante a Operação Ágata 4. A pista destruída tinha 280
metros de comprimento e 15 metros de largura e era utilizada por
garimpeiros que atuam na região para a exploração de ouro.
Foram usadas quatro bombas para destruição da pista, que chegou a abrir
crateras de aproximadamente 10 metros de diâmetro de largura e três
metros de profundidade, deixando inapropriada para pousos e decolagens. O
ponto exato do ataque da FAB foi identificado durante um sobrevoo feito
em 11 de abril e registrado por imagens em infravermelhos.
Segundo a FAB, os dois caças se aproximaram da pista a 1,2 mil metros de
altitude e iniciaram um mergulho até 600 metros, altitude considerada
ideal para o bombardeio. As bombas de 230 quilos atingiram o solo a uma
velocidade de 550 km/h. “O ataque foi preciso. Usamos uma técnica
clássica de disparo, inclinando a aeronave para o alvo. Há várias
maneiras de fazermos o disparo e escolhemos essa como a ideal para a
ação", disse o tenente-coronel Mauro Bellintani, comandante do Esquadrão
Escorpião, que efetuou a destruição da pista.
Bellintani disse ainda que a operação demorou menos de duas horas para
ser concluída desde o momento em que os pilotos foram acionados para a
missão. "Da decolagem até o reconhecimento do alvo e disparo, a missão
durou 1h35. Decolamos da Base Aérea de Boa Vista e voamos sentido Leste
até o alvo. Contamos com apoio de helicópteros, que monitoraram a ação".
Antes da destruição, foram usados aviões de reconhecimento com uso de
radar, aviões com sensores infravermelhos e aviões de reconhecimento que
realizaram o registro fotográfico. Os equipamentos estão em Roraima,
dando suporte à operação, pois são utilizados para detectar pistas de
pouso clandestinas, garimpos e desmatamentos.
Uma equipe de militares foi levada por helicópteros até as proximidades
da pista clandestina, antes de sua destruição, para realizar varredura e
checar se não havia pessoas por perto.
Toda a ação foi acompanhada em tempo real pelo Comando da Força Aérea na Operação Ágata 4, que está em Manaus.
Folha de Boa Vista/montedo.com
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