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Escrito por A Perola do Mamoré |
Qui, 03 de Maio de 2012 00:12 |
Luis Kawaguti
O governo brasileiro inicia nesta quarta-feira uma megaoperação para combater narcotráfico, garimpos ilegais e desmatamento irregular na fronteira norte da Amazônia. O Exército chegou a enviar um representante a países vizinhos para esclarecer eventuais temores com a operação.
A
ação, denominada "Agata 4", levará 8.700 militares para a fronteira do
Brasil com Venezuela, Guiana, Suriname e Guiana Francesa. Serão usados
ainda 11 navios, nove helicópteros e 27 aviões.
A região é considerada o ponto fraco da Amazônia, por ter 5.500 km de fronteira seca e poucas guarnições das Forças Armadas.
A perspectiva de intensa movimentação de tropas próximo à fronteira causou apreensão nos países vizinhos.
Porém,
segundo o general José Carlos De Nardi, chefe do Estado Maior Conjunto
do Ministério da Defesa, a ação não é uma demonstração de força. Equipes
diplomáticas visitaram os governos vizinhos para assegurar que a
manobra não tem caráter hostil.
"Eu
fui à Venezuela, à Guiana e ao Suriname para explicar o sentido da
operação [de combater a criminalidade do lado brasileiro da fronteira].
Não é um problema de defesa da pátria", disse De Nardi.
Segundo
ele, a ação ocorrerá apenas em solo brasileiro e visa fortalecer a
presença do Estado em uma das regiões mais remotas do país.
Contudo, apesar de oficialmente não ter objetivo geopolítico, a operação Agata também não é um mero exercício militar. "É uma operação real, os militares levarão munição real e podem ocorrer tiros reais", disse o general.
A
realização da "Agata 4" foi uma determinação da Presidente Dilma
Rousseff. Três ações semelhantes já foram realizadas no centro-oeste e
no sul em 2011 e mais duas devem ocorrer ainda em 2012.
Narcotráfico O objetivo da operação será destruir garimpos e pistas de pouso ilegais, além de "sufocar" o tráfico de maconha e cocaína que possui rotas de entrada no Brasil pelo norte da fronteira.
Segundo
o Ministério da Defesa, a operação "Agata 3", realizada em Mato Grosso,
Mato Grosso do Sul e Rondônia em 2011, bloqueou a passagem de
criminosos pela fronteira e causou um do preço das drogas no mercado
negro.
De acordo com estimativa da pasta, só no Mato Grosso a elevação foi de 60% em Cárceres e 100% em Cuiabá.
A
estratégia do governo é represar o tráfico de drogas, madeira e metais
preciosos durante 20 ou 30 dias e depois encerrar a operação.
Nesse período,
a Polícia Federal, com ajuda da Abin (agência brasileira de
inteligência), deflagará a Operação Sentinela e fará incursões pontuais
na região para fazer prisões e apreender cargas ilegais.A tendência é que os criminosos preparem então grandes carregamentos logo após a retirada dos militares. |
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