Militares voltam a Manaus após 4 meses na operação Acre
O navio atendeu 11.590 ribeirinhos em 72 localidades diferentes. No total foram realizadas 35.678 consultas médicas, além de 322 mamografias e duas evacuações médicas.
Luana Carvalho . portal@d24am.com
O Navio de Assistência Hospitalar “Dr. Montenegro” regressou de sua 12º
'Operação Acre', na manhã desta quarta-feira (2). Durante quatro meses, o
navio que partiu de Manaus no dia 11 de janeiro deste ano, passou por
comunidades ribeirinhas dos municípios que abrangem a região do Vale do
Alto Juruá oferecendo diversos serviços de saúde. Ao todo, 60 militares
entre médicos e dentistas participaram da jornada de atendimento de 300
pessoas por dia.
Equipado com instalações hospitalares, enfermarias, sala de raio-x,
consultórios odontológicos, sala com mamógrafo, laboratórios de análises
clínicas e uma sala de vacinação, o navio atendeu 11.590 ribeirinhos em
72 localidades diferentes. No total foram realizadas 35.678 consultas
médicas, além de 322 mamografias e duas evacuações médicas.
O Capitão-de-Mar-e-Guerra, Comandante Nilson Nascimento, do Comando da
Flotilha do Amazonas, informou que as ações de assistência hospitalar,
que tem o apoio do Ministério da Saúde, também prestaram serviços de
apoio à Defesa Civil na situação de cheia, ocorrida no mês de fevereiro
no estado do Acre.
Gratificação pessoal e sentimento de dever cumprido é o que os
marinheiros trazem na bagagem, segundo o comandante. "A experiência
maior é a pessoal, e gratificação de ajudar a população e chegar onde o
estado tem dificuldades de chegar. A Marinha deseja sempre contribuir de
forma significativa para a população mais carente", declarou.
Missão Cumprida
Para o Capitão-de-Corveta, Comandante Marcos Alves, o sentimento também é
de 'missão cumprida'. "A operação Acre XII foi encerrada com bastante
sucesso. Conseguimos alcançar o ponto extremo de navegação do navio,
como o município de Marechal Thaumaturgo, no estado do Acre". Ele
ressaltou ainda que a permanência no estado do Acre foi de dois meses.
Além do Acre, o navio atendeu a comunidades ribeirinhas da calha do rio
Juruá, no Amazonas, até chegar ao seu local de destino. Na volta,
comunidades do Juruá Bravo também foram beneficiadas com os atendimentos
médicos. "Conseguimos uma coordenação boa com as secretarias do estado
do Amazonas e Acre. Eles nos apoiaram bastante e, além disso, o
Ministério de Saúde disponibilizou a medicação aos pacientes. Eles eram
consultados e já saiam com os remédios", contou o comandante.
As dificuldades enfrentadas, segundo Marcos Alves, são as mesmas
enfrentadas todos os anos na subida do rio Juruá. "A navegação é
bastante difícil no alto do Juruá, mas conseguimos uma permanência
grande no local. Aproveitamos a cheia e fizemos um atendimento extenso e
de qualidade".
Próxima missão
O comandante Nilson Nascimento comentou que uma reunião de coordenação
com a Defesa Civil do Estado do Amazonas está sendo articulada para
discutirem a necessidade de apoio da Marinha do Brasil aos municípios
afetados pela enchente, que promete bater recorde neste ano, conforme
previsto pelo Serviço Geológico do Brasil (CPRM).
"As proximidades de Manaus e comunidades adjacentes podem contar com o
apoio do Navio de Assistência Hospitalar. Nós iremos apoiar, mas ainda
não estão definidos os locais onde iremos operar. Isso vai depender da
prioridade do estado, de forma que a concentração de forças não seja
voltada a apenas um município", informou.
O comandante contou também que um outro navio de Assistência Hospitalar
já está operando no município de Boca do Acre desde o dia 26 de abril.
Para dar suporte e apoio às vítimas da enchente deste ano. A Marinha
disponibilizará um navio de patrulha e outro de assistência hospitalar.
Familiares ansiosos para chegada dos marinheiros
Mesmo orgulhosas com o trabalho de seus maridos e felizes pela
satisfação dos mesmos, ser esposa de marinheiro não é fácil, como conta
Marilan Santos, mulher do segundo sargento Celso Santos, que pela quinta
vez foi em missão ao Acre.
"Não é fácil! Sou casada há muitos anos mas ainda não me acostumei com a
falta que ele faz durante essas viagens. Sempre fico cerca de 4 à 5
meses longe dele e quando ele volta, já é para se preparar para uma
outra missão. Sempre venho buscá-lo nas voltas acompanhada de nossa
filha, que também fica com muita saudade", desabafou Marilan.
A dona de casa Adriana Macena, esposa do Cabo Rafael dos Santos, também
concorda que esposa de marinheiro vive "morrendo de saudades". "É muito
ruim ficar sozinha durante tanto tempo, mas as voltas são sempre muito
aguardadas. Fico alegre dias antes da chegada do navio. Ao mesmo tempo
que sinto falta, me sinto orgulhosa por ser casada com um homem que faz
um trabalho tão bonito", contou Adriana, bastante emocionada.
D24am/montedo.com
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