Um astro (Messi), dois coadjuvantes (Daniel Alves e Iniesta) e oito figurantes.
Qualquer que seja a configuração que se coloque em campo, mexendo nas posições que não as de Leonel Andrés Messi, Andrés Iniesta e Daniel Alves, isto é o Barcelona.
Vou fazer esse comentário porque pela primeira vez consegui assistir uma partida do futebol europeu duante noventa minutos. Não sem muita sonolência, claro. Mas, estava interessado em ver o que o Santos poderia enfrentar numa final do Mundial de Clubes.
Vi, hoje, Real Madri x Barcelona. Um “peladaço” de baixo nível técnico e tático. Um primeiro tempo em que não se viu nada de futebol, a não ser erros. No segundo, houve uma pequena melhora, mas, de um modo geral, muito parecido com as partidas de várzea e de clubes de lazer que acontecem todos os finais de semana no Brasil. Nada que se compare às partidas do último Campeonato Brasileiro.
É um futebol robotizado, mecânico e de jogadas previsíveis. De vez em quando, acontece uma ou outra jogada ensaiada que mais parece uma imitação barata do Futsal no Brasil.
Não vou falar do Real, somente do Barça. Essa equipe espanhola que torcedores e comentaristas de futebol do Brasil veneram e chamam de “melhor do mundo”.
Antes de comentar sobre o papel dos três jogadores citados no preâmbulo e o esquema tático, quero analisar individualmente alguns dos que considero figurantes.
Começando pelo goleiro Victor Valdéz, que não sabe jogar com os pés nem é tão bom assim com as mãos. É um dos pontos fracos da equipe.
Na lateral direita...É difícil fazer qualquer comentário sobre Abidal. Veja que eu escrevi lateral e não ala. O cara não aparece uma vez sequer além da linha do meio-campo! Em quantos clubes brasileiros o Abidal jogaria? Posso afirmar com certeza: nem no América de Minas, nem no Ceará, nem no Atlético Paranaense, nem no Avaí. Somente para citar clubes que recentemente caíram para a segundona. Nesses times tem gente muito melhor! No Bahia, o Ávine e o Dodô colocam o Abidal no bolso e dispensam troco!
Os outros figurantes oscilam entre alguns bons e outros sofríveis. Salvam-se o Villa e o Xavi. Os demais formam uma verdadeira caterva que não seria titular nos dez principais clubes brasileiros.
O Muricy deve ter assistido ao jogo e, certamente, ficou satisfeito com o que viu.
Caso o Santos passe para a final contra (provavelmente) o Barcelona, o jogo dessa equipe se resume aos três jogadores que citei no começo dessa resenha: Messi, Iniesta e Daniel Alves.
O Daniel Alves exerce a função de um falso ponta-direita. Parece que tem carta branca do treinador para avançar. O espaço deixado por ele é coberto pelo Puyol, que está sempre à sua retaguarda, quando sobe.
Quando o Daniel avança o Messi tem com quem jogar. Ambos conseguem fazer um “um-dois” pela direita do ataque, que deixa os defensores alucinados. Além disso, o Daniel é o homem do ataque que cruza a bola na cabeça dos atacantes Alexis Sanchez e Fàbregas, quando este último atua mais avançado, na posição de meia, como hoje.
Pela meia-esquerda, quem dá trabalho é o Iniesta, que, em certos momentos, tem lampejos criativos no ataque, proporcionando algumas oportunidades de gol.
Pelo meio, como todo mundo já sabe, o Messi - que não brilhou hoje - é quem dá as cartas. Aquele espaço é dele. Numa jogada sua, por ali, saiu o passe para o primeiro gol do Barça, com o Alexis Sanchez.
Em resumo, não tem nada de extraordinário esse tal de Barcelona. O Muricy já deve estar pensando em como neutralizar essas três ou quatro previsíveis jogadas a que se resume o Barcelona: os cruzamentos do Daniel Alves; as jogadas deste com o Messi; as investidas do próprio Messi pelo meio; e uma ou outra jogada do Iniesta, pela esquerda. Fora isso, não se veem jogadas inusitadas e inteligentes como as que ocorrem inúmeras vezes nos jogos do futebol brasileiro.
Por que, então, o tal Barcelona foi colocado num pedestal inatingível pelos brasileiros?
É um problema de brasileiros!
Do mesmo jeito que os nordestinos costumam valorizar o que é do Sudeste, brasileiros, de um modo geral, enxergam (e muito mal) um futebol fabuloso nos timecos europeus.
Coisa de piteco! De gente que carrega um enorme complexo de inferioridade no lombo!
A estrondosa diferença não está nem na técnica nem nas táticas dos europeus, mas sim, nos salários dos jogadores, nos preços dos ingressos, na organização das administrações do futebol e nos patrocinadores de lá, quando comparados com os daqui.
Só isso!
Temos o melhor Futebol do Mundo, o maior e melhor Campeonato Nacional do Mundo e os melhores jogadores do Mundo!
O resto é balela!
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