Não decido nada!
Nem eu, nem aqueles que, possuindo uma boa dose de discernimento, pensam como eu!
Quem decide mesmo eleição é quem vende o voto!
E o que significa vender o voto!?
Diferentemente do que muitos estão a pensar, vender o voto tem uma definição bem mais ampla do que sua troca direta por dinheiro!
Vende o voto, no sentido mais amplo, quem, por exemplo, recebeu ou tem a expectativa de receber alguma vantagem pessoal do candidato.
Essa vantagem pode ser um favorzinho do tipo, antecipação de um exame ou consulta na área da saúde; o pagamento de uma receita médica na farmácia; o recebimento de telhas, tijolos, cimento e outros produtos para terminar o barraco; um filtro, um cobertor, uma garrafa de aguardente ou, até mesmo, uma cesta básica - com produtos adquiridos pela CONAB, claro.
Pode ser também uma dentadura, um óculos de grau (já na medida certa para o cliente).
Não faltam os que prometem um emprego - na Prefeitura, claro!
Foi por isso que um dia (em 2002) escrevi essa bobagem aí embaixo:
LAMENTOS (2002) |
Pisando a terra fértil, eu tenho fomeEstúpida contradição! Haverá outro nome?Debaixo do pé de coco, eu tenho sede.O tempo passa, a vida me consome.
Frutas, legumes, verduras do capixaba,Aqui não dá, a terra fértil, rica, molhada.O mesmo se dá com a riqueza do mar,Parece que os peixes saíram pra passear.
Coisa que nem por decreto se acabaÉ o egoísmo e a incompetência do homem.No quarto escuro, engulo a sede e bebo a fome,À beira da fonte, água me sufoca, terra me consome.
Deixei-me enganar por homens de pouca fé,Que faço agora, pra consertar José?Bolso vazio, me falta a grana, me falta o pão,Até quando assim será, assim será João?
Marias, Josés, Joãos, Manuéis e Juvenais,Na esperança, esperando o fim dos temporais.Braços cruzados, inertes, aguardando a bonança:Espera maldita, espera danada, que mata, que cansa.
Meninos descalços, doentes, desnutridos,A quem culpar por esses fracos e desvalidos?Se não fui correto e prudente, ao ter escolhidoOs fáceis enganos dos votos vendidos?
Promessas vãs, enganações e chicanas.Deixei-me enganar pelos políticos sacanas.Filtro, cesta básica, aguardente corote...Assim arquitetei a minha própria sorte!
Depois da eleição, sequer saio na foto,Fiquei a mercê dos compradores de voto. (...).
No original, sigo "lamentando" por mais algumas dezenas de linhas, até que a indignação se esgota e deixa-me sem inspiração.
O texto completo iria cansar demais os leitores. O intuito é somente provocar uma reflexão sobre tudo que hoje acontece em Ilhéus e cidades vizinhas.
J. A. SOUZA NETO
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