Dizem que na maioria das conversas de bar pouco se aproveita. Não foi o caso dessa.
Ontem, recebi um amigo de Salvador. À noite, fomos a um dos botecos da Passarela do Álcool, no Pontal. Em meio ao bate-papo, veio o tema político.
Meu amigo começou a narrar um diálogo seu com dois colegas de trabalho antes das eleições. Diferentemente dele, ambos pertencem a famílias de classe média alta e moram em bairros da orla em Salvador. Meu amigo, ao contrário, mora na periferia e conseguiu pagar e concluir seus estudos universitários em Administração de Empresas com muitas dificuldades.
Tentando justificar porque não votariam na Dilma, seus dois colegas fizeram as seguintes afirmações:
Um deles disse: - "Sei que há milhões de pessoas recebendo o benefício do Bolsa Família, mas eu não preciso disso, não recebo um tostão!"
O outro afirmou: - "O governo tem divulgado que mais de 750 mil estudantes de famílias pobres estão no ProUni. Não dependo do ProUni para pagar minha faculdade, minha família tem dinheiro pra pagar!"
O primeiro completou - "Outra coisa, tem muita gente comprando carro... Tá ficando difícil eu andar com o meu nas ruas!"
(Com essa última, lembrei do infeliz do Luis Carlos Prates, da RBS de Santa Catarina).
Claro que meu amigo apresentou suas contra-argumentações. Só não sabe se fez os dois infelizes egocêntricos mudarem de opinião.
Essa conversa de botequim veio a calhar, porque entre os nossos daqui de Ilhéus, de Itabuna, de Canavieiras e de outras cidades da região, podemos identificar traços marcantes do egocentrismo. Muitas retinas não ultrapassam os limites dos próprios umbigos. Não pensam no bem-estar coletivo... Não imaginam que o estabelecimento desse bem-estar coletivo, além de um ato de amor, significa, em última análise, a paz e a tranquilidade de todos.
Bem... Dessa conversa de botequim pode-se tirar algum proveito... Se transformada numa REFLEXÃO para essa passagem de ano.
UM FELIZ ANO NOVO A TODOS OS POVOS DO PLANETA! |
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